Mercados

Dólar recua 0,61% e fecha a R$ 5,04 enquanto mercado aguarda Copom

15 jun 2021, 17:14 - atualizado em 15 jun 2021, 17:38
Dólar
O dólar à vista teve queda de 0,61%, a 5,0414 reais na venda (Imagem: Pixabay/TBIT)

O dólar (USDBRL) recuou frente ao real nesta sessão, com toda a atenção dos participantes do mercado voltada para as decisões de política monetária do Brasil e dos Estados Unidos, que serão anunciadas na quarta-feira.

O dólar à vista teve queda de 0,61%, a 5,0414 reais na venda.

Nas primeiras horas de pregão desta terça-feira, a moeda norte-americana havia tocado 5,1060 reais na máxima intradiária, alta de 0,66%. Jefferson Rugik, da Correparti Corretora, escreveu que a movimentação foi resultado de cautela dos investidores na parte da manhã, logo compensada por um fluxo de entrada de recursos que ajudou o dólar a tocar 5,382 reais na mínima da sessão, queda de 0,67%.

Dominando o foco dos mercados, o Federal Reserve e o Banco Central do Brasil deram início a seus respectivos encontros de política monetária nesta terça e anunciarão suas decisões no dia seguinte, na chamada “super quarta”.

Nos Estados Unidos, a maior parte dos investidores aposta que as prováveis pressões inflacionárias “transitórias” vão evitar que o Fed sinalize uma mudança imediata na política monetária, mas algumas autoridades do banco central norte-americano já começaram a reconhecer que estão mais próximos de um debate sobre quando retirar parte de seu estímulo.

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Nos Estados Unidos, a maior parte dos investidores aposta que as prováveis pressões inflacionárias “transitórias” (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

Enquanto isso, no Brasil, uma pesquisa da Reuters com economistas mostrou que Banco Central provavelmente anunciará o terceiro aumento consecutivo de 0,75 ponto percentual na taxa Selic ao final de sua reunião, e possivelmente vai indicar um ciclo mais agressivo à frente ao abandonar seu compromisso com uma “normalização parcial” da política monetária.

Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora disse em nota que o “correto equacionamento da relação câmbio/juros” pode ser um fator que levará o dólar a romper o patamar psicológico de 5 reais.

“Temos a convicção de que o dólar ficará entre R$4,60/4,80, ou até menos, se o investidor estrangeiro, em especial o especulativo, vier fazer ‘carry trade’ no nosso mercado, aproveitando a alta do juro”, explicou.

O “carry trade” é uma estratégia que consiste na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo (iene japonês, por exemplo) e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

Além da perspectiva de aumento de juros no cenário doméstico, vários analistas têm citado dados promissores sobre a atividade econômica como um fator de impulso para a moeda brasileira, principalmente devido ao alívio de preocupações sobre a relação dívida/PIB.

“A expectativa de aumento na relação dívida/PIB foi revertida (…), o que diminuiu o risco fiscal e acelerou o processo de valorização do real”, disseram analistas da Genial Investimentos em nota. “A menos que o Fed decida começar a reduzir as compras de ativos financeiros no mercado antes do esperado, o que parece pouco provável, a valorização do real deverá persistir.”

O dólar acumula queda de 2,89% contra o real até agora em 2021.

 

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