Dólar recobra forças com exterior mais arisco
O dólar tomou fôlego e subia nesta quarta-feira, após operar entre altas e quedas, mas por ora mantinha-se abaixo de 5 reais um dia depois de registrar o maior declínio em quase nove meses.
Investidores monitoravam o dia menos favorável a risco nas praças financeiras internacionais, na sequência de um rali nas bolsas de valores e outros mercados que ajudou a melhorar o sentimento e derrubou o dólar em todo o mundo.
A recuperação do dólar por aqui nesta manhã acompanhou algum fortalecimento da divisa frente a pares do real como peso mexicano e rand sul-africano, contra os quais chegou a cair mais cedo. O índice do dólar ante uma cesta de divisas de países ricos acelerava os ganhos para 0,3%, a caminho de quebrar uma série de três dias de perdas.
O mercado ainda operava sob a batuta de declarações feitas na véspera pelo chefe do banco central norte-americano, Jerome Powell. Apesar de ter endossado que o Federal Reserve subirá os juros para onde for necessário para combater a inflação, Powell evitou sinalizar movimentos mais acentuados.
“Por mais uma vez, Powell tenta corrigir o que foi considerado o ‘desastre’ do discurso pós-reunião do Fomc e busca demonstrar um movimento supostamente coordenado de todos os membros, em torno de uma elevação de 50 pontos-base nas próximas reuniões de política monetária”, disse Jason Vieira, economista-chefe e sócio da Infinity Asset, avaliando que o ritmo de 50 pontos-base é “relativamente lento”, considerando quão “atrás da curva” o Fed está.
Às 11:32 (de Brasília), o dólar à vista avançava 0,49%, a 4,9669 reais na venda, após variar de 4,9715 reais (+0,58%) a 4,9204 reais (-0,45%) – menor patamar intradiário desde 4 de maio.
Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,47%, a 4,9830 reais.
Da agenda doméstica, destaque para eventos com participação do presidente do Bacen, Roberto Campos Neto, e do diretor de Política Monetária, Bruno Serra.
Serra disse nesta manhã que o Banco Central tem “instrumento para combater uma volatilidade adicional do câmbio” decorrente das expectativas de aperto monetário nas principais economias do mundo. Ele ressaltou que a taxa de câmbio é um canal importante de transmissão da política monetária e voltou a chamar atenção para a performance do real nesta ano, que se valoriza 12,3% ante o dólar (em termos nominais).
Na segunda-feira, Serra disse que a depreciação do real desde as máximas em torno de 4,60 reais vistas em abril refletiu impacto da desaceleração chinesa e do aperto monetário implementado nos Estados Unidos – com efeito maior da China -, ponderando haver incertezas no médio prazo.
O dólar spot encerrou a terça-feira em forte baixa de 2,14%, a 4,9428 reais na venda –maior queda desde 24 de agosto de 2021 (-2,25%). O patamar de encerramento foi o menor desde o último dia 4 (4,9020 reais).
Saiba mais! Desaceleração da inflação no Brasil e menor crescimento mundial:
Receba as newsletters do Money Times!
Cadastre-se nas nossas newsletters e esteja sempre bem informado com as notícias que enriquecem seu dia! O Money Times traz 8 curadorias que abrangem os principais temas do mercado. Faça agora seu cadastro e receba as informações diretamente no seu e-mail. É de graça!