Dólar: Queda tímida de hoje mostra que ninguém sabe o que o Fed fará com os juros
O dólar à vista fechou em queda de 0,3% frente ao real, negociado a R$ 5,17 para venda, em linha com o exterior. Por lá, a moeda dos Estados Unidos também caiu em relação aos seus principais pares.
Tanto aqui quanto lá fora, o dólar ensaiou uma recuperação após forte alta ontem, quando investidores reagiram negativamente à inflação ao consumidor dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) acima do esperado.
Hoje, apesar de mais comportado durante a sessão, ele chegou a ensaiar alta em um movimento de proteção local. Mas o movimento no exterior prevaleceu mais uma vez.
O contrato futuro de dólar com vencimento em outubro caiu 0,3%, na casa dos R$ 5,18.
Já o Dollar Index teve leve queda de 0,1%, aos 109,6 pontos, mostrando que a moeda perdeu força em relação à outras moedas como o euro, libra esterlina e dólar australiano.
Dólar segue a reboque dos juros americanos
Por mais que o dólar tenha tido um pregão de leve alívio, o mercado segue digerindo o CPI de agosto e recalculando a rota do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) em relação à taxa de juros.
Se antes as apostas se dividiam em alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) ou de 0,75 p.p., agora, entra no radar a possibilidade da autoridade monetária ser mais agressiva. Assim, elevaria a taxa em 1 p.p, para o intervalo entre 3,25%-3,50%.
Entretanto, o Fed pode anunciar maior alta na taxa de juros em 40 anos.
O economista da XP, Francisco Nobre, avalia que a decisão de elevar os juros em 0,75 p.p. e não 0,50 p.p., como o mercado tem precificado, é um erro.
Portanto, aumentaria o risco de um nível de juros excessivo.
“O cenário econômico permanece muito incerto. Os efeitos dos aumentos de juros já realizados ainda serão refletidos na atividade econômica, dado o efeito defasado da política monetária. Uma decisão mais agressiva este mês deve levar a uma taxa de juros terminal mais alta”, escreveu Nobre em relatório.
Amanhã
Analistas adiantam que, com a proximidade da reunião do Fed na semana que vem, o dólar deve ficar mais volátil nos próximos pregões. Porém, sem definir uma tendência de alta ou de queda.
O economista-chefe da Infinity Asset, Jason Vieira, ressalta que o cenário continua repleto de desafios e entraves às economias desenvolvidas.
Sobre uma decisão mais agressiva do Fed em meio à escalada da inflação, ele diz que o resultado da situação atual é consequência da inação dos Bancos Centrais.
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