Dólar pode subir ainda mais? O fator de atenção para os analistas
A valorização do petróleo, hoje na casa dos US$ 93, pode fazer com que o dólar ganhe ainda mais força, disse o analista Enzo Pacheco, da Empiricus, ao Giro do Mercado.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou cotada a R$ 5,04 no mercado à vista, depois chegar a R$ 5,07 no movimento intradiário, maior nível desde o fim de maio.
A alta da petróleo tem preocupado o mercado, já que a commodity em alta tende a alimentar a inflação, contaminar a expectativa para os preços e pode obrigar o Federal Reserve a atuar de maneira mais forte, destaca Pacheco.
“Com juros altos, você não precisa assumir tanto risco. Por isso você vê um fortalecimento do dólar frente aos pares globais”, disse o analista.
Pacheco considera, no entanto, improvável que a taxa básica de juros chegue a 7% ao ano.
Ele sublinhou a alta dos juros desde a pandemia e lembrou que grandes fundos de pensão globais têm meta de retorno na casa dos 6%-7% ao ano.
Segundo Pacheco, o PIB norte-americano ainda mostra uma economia muito resiliente. “Se a economia está funcionando bem, o mercado de trabalho não está mostrando grandes quebras, as pessoas vão continuar consumindo”, afirmou.
“Se vão continuar consumindo, provavelmente essa inflação não consegue vir para a meta que o Fed quer. Você vai ter que manter os juros altos por mais tempo. Isso atrai de novo o investidor para a moeda americana”.
Selic em alta, vendas também
Ainda durante o Giro do Mercado, o analista Caio Araújo comentou os dados mais recentes do indicador Abrainc-Fipe, que apontou que o número de novos imóveis comercializados no Brasil aumentou 9,8% no primeiro semestre, a 68.965 unidades, mesmo com a taxa Selic em alta.
Araújo destacou uma ação para comprar ainda este ano. Veja no Giro do Mercado.