Dólar

Dólar: Os pontos cruciais que levam a moeda às mínimas em um ano

12 jun 2023, 18:14 - atualizado em 12 jun 2023, 18:21
EUA
Dólar fechou em queda nesta segunda-feira (12) e atingiu a menor cotação em um ano; Dois fatores sustentam as baixas da moeda (Imagem: Pixabay/geralt)

O dólar à vista mantém o seu viés de queda frente ao real e fechou o pregão desta segunda-feira (12) na mínima em um ano, abaixo dos R$ 4,90.

Com isso, a moeda norte-americana recuou 0,2% ante o real, cotada a R$ 4,86 para venda. Enquanto o contrato futuro com vencimento em julho caiu 0,45%, a R$ 4,88. Por sua vez, lá fora, o Dollar Index (DXY) ficou praticamente estável, aos 103,6 pontos.

No entanto, o movimento ao longo do dia foi volátil. Com a moeda em patamares mais baixos, alguns exportadores entraram no mercado para adquirir dólares, o que deu certo viés de alta para o dólar em alguns momentos.

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Dólar aguarda Bancos Centrais

Contudo, os dois pontos centrais para a desvalorização do dólar seguem sendo a percepção positiva em relação ao cenário econômico doméstico e à expectativa pela decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) na quarta-feira (14).

Sendo assim, segundo o gerente de mesa de operações da StoneX, Marcio Riauba, a maioria das moedas de países emergentes vêm ganhando tração frente a moeda norte-americana, o que tem corroborado para as mínimas em um ano ante o real.

Nesta semana, ainda tem as decisões sobre a taxa de juros do Banco Central Europeu (BCE), na quinta-feira, e do Banco Central do Japão (BoJ) na sexta-feira (16).

A equipe econômica do Bank of America (BofA) avalia que o euro segue estável. Na análise do banco, o BCE ainda tem trabalho a fazer. “Mas fará uma aterrissagem”, dizem.

Ainda assim, eles dizem que o comportamento do euro no longo prazo depende do compromisso do Banco Central com a meta de inflação versus o resto das dez principais economias do mundo.

Cenário doméstico mais positivo

Além disso, o cenário econômico local contribui para as sucessivas quedas do dólar, que completa dois meses acomodado abaixo dos R$ 5,00.

Hoje, as taxas de juros no mercado futuro, de prazos mais curtos, caíram em meio à expectativa de que o Banco Central (BC) está caminhando para iniciar o ciclo de cortes da taxa básica de juros (Selic). A reunião do BC é na próxima semana.

Embora uma Selic mais baixa resulte em um diferencial de juros menor para o Brasil o que, em tese, reduz a atratividade do país aos investimentos externos, a leitura é a de que, com a inflação mais baixa e a redução do risco fiscal, a tendência atual para o dólar é de novas quedas.

Contudo, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse hoje que vê espaço para a queda da taxa Selic a frente.

*Com Reuters