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Dólar nas alturas: R$ 5,14 é o máximo que a moeda pode chegar? Veja o que esperar

12 abr 2024, 16:24 - atualizado em 12 abr 2024, 16:24
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Dólar chegou ao maior patamar desde outubro de 2023. (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar segue na trajetória de alta nesta sexta-feira (12) com a moeda americana chegando a R$ 5,14, maior patamar intradiário desde 10 de outubro de 2023.

A aversão a risco do mercado com a notícia de que os juros nos Estados Unidos podem demorar mais do que o mercado estava imaginando para serem reduzidos, tem feito os ativos de risco caírem e elevarem a diferença do dólar entre as demais moedas.

“O VIX, que é um indicador da volatilidade implícita, que é um índice de risco, está em 17,90, com uma subida de 20% hoje. É um movimento de aversão a risco bem forte mesmo”, apontou Marcos Weigt, head de tesouraria do Travelex Bank.

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‘Juros mais altos para sempre’

Muito deste cenário pessimista foi desenhado pela “Super Quarta” da inflação, onde foi visto os números do índice de preços ao consumidor americano, o CPI, acima do esperado pelo mercado, confirmando que a economia americana segue resiliente.

Somado a estes fatores, Weigt também acrescenta o acirramento dos conflitos do Oriente Médio, Israel e Irã.

“Com isso, exagerando o argumento, a expressão consagrada em 2023 dos ‘juros mais altos por mais tempo’ corre os riscos de virar ‘juros mais altos para sempre’. Após muitos darem como certo o pouso suave, os riscos de uma nova decolagem se apresentam enquanto os mercados correm para tomar pé dos ajustes nos balanços de incertezas que se formam”, respondeu Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad.

Segundo os economistas ouvidos pela Reuters, pelo fato de o dólar já ter se distanciado de sua média móvel de 200 dias, um indicador técnico que está atualmente próximo de R$ 4,93, o que pode explicar também sua recuperação recente e sinalizar uma tendência desanimadora para o real daqui para frente.

Já para Igliori, mesmo que alguns fatores internos possam acabar influenciando este preço também, ele ainda não enxerga uma tendência de apreciação do dólar mais sistemática. “Sempre difícil antecipar, mas no momento ainda parece mais uma correção do que o início de algo mais duradouro”, avalia.