Dólar não viverá só de eleições e deve seguir apreciado; entenda
O dólar à vista saiu do nível de R$ 5,40 para R$ 5,20 em apenas um pregão. A queda foi uma reação positiva do mercado após o primeiro turno das eleições que, mesmo diante de uma disputa já esperada entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva, a diferença entre foi menor do que a projetada em pesquisas de intenção de votos.
Além disso, o mercado deu sinais de que gostou da nova composição do Congresso para os próximos quatro anos, com a eleição e reeleição de nomes que tendem a ter viés liberal e mais alinhado ao atual presidente.
“A composição do congresso eleito foi responsável pelo retorno da cotação ao resiliente patamar de R$ 5,20”, comenta a equipe econômica do BTG Pactual.
Dólar além das eleições
Apesar das eleições provocarem volatilidade no movimento da moeda norte-americana, vide as incertezas políticas, o exterior terá o seu papel em seu desempenho e, para o BTG, vetores globais sugerem que os próximos meses podem contar com surpresas negativas para o real.
Isso porque cresce a probabilidade de recessão econômica na Europa, enquanto nos Estados Unidos, a comunicação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) segue indicando uma taxa de juros mais alta por mais tempo.
Euro enfraquecido
Em relatório, economistas do banco destacam que o Banco Central Europeu (BCE) elevou a taxa de juros em 0,75 ponto percentual (p.p.),, adotando um tom de maior preocupação com o cenário de inflação na Europa.
“Isso motivou uma reprecificação por parte do mercado para uma taxa terminal de juros de 3%, patamar muito elevado frente ao histórico da região”, avaliam.
O BTG diz ver um ambiente fraco para o euro dado o nível de incerteza no bloco econômico em meio à crise de energia e o diferencial de juros entre Europa e Estados Unidos. “Esperamos uma recessão na zona do euro ainda este ano”, acrescentam.
Fed sem cortes
A equipe do banco diz que a comunicação recente de membros do Fed reforça a ideia de que não haverá cortes de juros em 2023, como o mercado ainda estima.
Isso pode provocar novos movimentos de aversão ao risco em ativos mais voláteis como o dólar e colaborar para a consolidação de uma moeda mais forte em relação aos seus principais pares e divisas de países emergentes.
“Vemos como um fator de sustentação para a cotação do real em nível depreciado nos próximos meses. Esperamos um real depreciado até o início de dezembro, quando deve sofrer acomodação até o nível de R$5,20”, observam.
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