Dólar irá voltar a subir em 2018 no Brasil, avalia banco Nordea
Os riscos políticos poderão sobressair ao otimismo do mercado visto nos últimos dois anos e refletido na cotação da taxa de câmbio entre o dólar e o real, avalia o banco sueco Nordea em um relatório enviado a clientes e obtido pelo Money Times.
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Para Natalia Kornela Setlak, que é analista para os mercados emergentes do banco, apesar da expressiva apreciação do real desde 2016 e o sentimento positivo em relação à moeda, o avanço pode ter sido muito grande. No início de 2016, o dólar oscilava na casa dos R$ 4. Após ter encostado nos R$ 3, hoje a moeda é negociada a R$ 3,25. O relatório Focus do Banco Central, que concentra o consenso do mercado, aponta para um nível de R$ 3,30 no ano que vem.
“Mesmo que o sentimento em relação ao real permaneça positivo e o governo continue com reformas favoráveis ao mercado, pensamos que a maioria dos desenvolvimentos positivos já está no preço, implicando um enfraquecimento do real se algumas das expectativas não se tornem realidade”, chama a atenção o Nordea.
Para Natalia, a moeda brasileira pode ficar em torno do nível atual em 2018 devido ao crescimento dos riscos políticos envolvidos na eleição presidencial, que são vistos como mais elevados do que o normal, já que boa parte dos candidatos não muito conhecido ou com experiência política. Após a tempestade, o dólar pode retornar ao nível de R$ 3,10, estima.
“A economia está se recuperando lentamente, mas as finanças públicas permanecerão vulneráveis por mais tempo, os riscos políticos geralmente são elevados e o real está muito forte em relação ao seu valor justo em torno de 3,50, o que, em geral, indica que a história de apreciação do real de 2016 e 2017 é improvável que se repita em 2018”, conclui.