Dólar: iPhone pode ficar mais barato com a queda da moeda?
O dólar (USDBRL) está em forte queda desde o começo do ano.
No acumulado de 2022, a moeda já caiu mais de 11,6% e foi de R$ 5,57 para R$ 4,93 na segunda-feira (21). Com esse recúo, a moeda brasileira está com a melhor performance global no período.
Para Alexandre Netto, Head de câmbio da Acqua-Vero, a desvalorização do dólar acontece em meio à “combinação de um movimento de alta no preço de commodities e fluxos positivos de investimento no Brasil”.
O valor da moeda americana ante real é fundamental para o brasileiro, pois há um grande impacto em relação aos preços de diversos produtos, até mesmo do iPhone.
O modelo top de linha da Apple, o iPhone 13 Pro Max com um Terabyte de memória, pode custar R$ 15 mil — um dos valores mais altos da história e quase o mesmo preço que um Citroën C3 2008 usado que, na WebMotors, sai por R$ 14.900.
Mas será que com a queda dos últimos meses, o aparelho da Apple não vai ter uma diminuição no preço?
Para Alan Gandelman, CEO da Planner, isso pode derrubar o valor do iPhone.
“A Apple tem uma política de preços consistente e já realizou ajustes para baixo no passado, como no final de 2015 para o fim de 2016. Quando o dólar recuou cerca de 20%, o preço do aparelho da companhia caiu”, diz Gandelman.
Não é só o dólar cair que o iPhone cai junto
No entanto, o especialista adverte que, para isso acontecer e o consumidor sentir o efeito em 2022, há a necessidade de uma continuidade do preço da moeda americana nos patamares atuais ao longo desse ano.
Outro ponto é que a política de preços da companhia só é reajustada a cada seis meses — ou seja, para o consumidor final ter acesso ao menor preço, ainda levaria um pouco mais que um semestre.
Um outro problema é a margem de lucro dos vendedores, pois caso eles queiram engordar os bolsos, o consumidor pode não sentir a diminuição da Apple, mas ele não descarta a possibilidade do oposto também acontecer.
“Cabe a cada revendedor ter a sua margem de lucro e, por questões comerciais, querer baixar o preço para ficar um pouco mais atrativo, mas não vejo que alguém se atreva a vender um preço abaixo do estipulado pela Apple”, diz.
O CEO da Planner também não descarta as demais variáveis para o preço final o aparelho. Ele explica que 40% do preço praticado no Brasil é de impostos federais e estaduais.
“Temos outros custos, como frete e exportação, que podem impactar no preço geral, isso também pode ser sentido pelo consumidor”, afirma.
Ainda assim, ele acredita que se o dólar continuar por volta de R$ 4,93, o consumidor deve sentir um preço mais barato no produto, com o valor do iPhone caindo em paralelo ao preço do dólar.