Dólar, insumos e comercialização: O que muda para o agro após S&P elevar perspectiva do Brasil para positiva?
Ontem (15), a agência de classificação de risco S&P Global Ratings revisou a perspectiva de rating do Brasil de estável para positiva, reafirmando o rating “BB-”. A última vez que a nota de crédito do Brasil ficou positiva foi em 2019.
Na visão do professor da Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV EESP) e pesquisador do Centro de Agronegócios da FGV (FGV Agro), Felippe Serigati, a mudança implica em algumas mudanças para o agronegócio do país.
Queda do dólar impacta o agro?
Nesta quarta-feira, após a decisão, a moeda norte-americana recuou 1,15%, cotada a R$ 4,8063. Este é o menor patamar desde 6 de junho de 2022. Já o Ibovespa (IBOV) fechou o último pregão em alta de 1,99%, a 119,068,77 pontos.
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De acordo com Serigati, a redução da percepção de risco para a economia do Brasil torna os ativos do país mais atrativos para investidores.
“A chegada de novos investidores, com essa revisão, é boa para o Brasil como um todo no curto prazo. No entanto, para o agro no curto prazo, um dólar mais barato pode facilitar a vida de alguns e atrapalhar a de outros. Para os produtores que se preparam para a safra 2023/2024 e fazem a comercialização de insumos e fertilizantes, essa queda é favorável. No entanto, para o produtor que está no processo de comercialização da safra, esse recuo pode ser negativo, já que ele provavelmente adquiriu os insumos com um dólar mais elevado e está vendendo com ele mais barato”, explica.
Por outro lado, ele ressalta que o mais importante para o produtor rural é a relação de troca. Ou seja, a queda do dólar não significa necessariamente um prejuízo.
“Esse dólar mais baixo, no mínimo, comprime as margens do produtor”, finaliza.