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Dólar inicia maio em alta de 1,55%, fecha a R$ 5,52, com exterior e questões locais

04 maio 2020, 17:15 - atualizado em 04 maio 2020, 17:37
Dólar
O dólar à vista subiu 1,55% nesta segunda-feira, a 5,5224 reais na venda (Imagem: Unsplash/@jonathanborba)

O dólar começou maio em firme alta, voltando a superar a barreira psicológica dos 5,50 reais numa segunda-feira de fortalecimento global da moeda norte-americana, agravada no Brasil por renovadas tensões no plano político.

O dólar à vista subiu 1,55%, a 5,5224 reais na venda. Na B3 (B3SA3), o dólar futuro tinha ganho de 0,99%, a 5,5500 reais, às 17h15.

O dólar no exterior se valorizava contra uma cesta de moedas fortes, com investidores demandando a segurança da divisa na esteira de trocas de farpas entre EUA e China sobre a origem do coronavírus. O receio é que, não bastasse o baque econômico decorrente do Covid-19, investidores precisem agora lidar com uma edição 2.0 da guerra comercial entre as duas maiores economias globais.

E o real voltou a registrar desempenho pior que seus pares emergentes, a exemplo de outros dias em abril, quando se intensificaram receios de nova tensão política doméstica, após o presidente Jair Bolsonaro ter novamente feito aparição em protesto no domingo com centenas de pessoas que se manifestaram a favor do seu governo e contra o STF e o presidente da Câmara.

O mercado monitora ainda desdobramentos do depoimento prestado no sábado por Sergio Moro, que acusou Bolsonaro de tê-lo pressionado indevidamente em relação à troca do comando da Polícia Federal. “Agora, toda sociedade brasileira aguarda um possível vazamento que revele o conteúdo das declarações feitas pelo ex-ministro”, disse a Guide Investimentos em nota.

Mesmo com a recuperação na última semana de abril, o real ainda amarga o pior desempenho entre os principais rivais do dólar em 2020, com baixa nominal de 27,33%, seguido pelo rand sul-africano (-24,6%).

Analistas do Goldman Sachs calculam que o excesso de desvalorização do real já ultrapassa os 20%, pelas métricas do banco. Porém, diferentemente de outros períodos semelhantes, os baixos juros reais pagos pelo Brasil atualmente prejudicam a atratividade da moeda, junto com “outras partes da história macro” local. O Goldman projeta novo corte de 50 pontos-base no juro básico da economia nesta semana.

“Entre as histórias de valor profundo no câmbio latino-americano, preferimos o peso mexicano, que apresenta um cenário macroeconômico que, em relação ao Brasil, deve mostrar mais resiliência cambial durante a crise do coronavírus”, disseram profissionais do banco norte-americano em nota.

Enquanto o real registrou o pior desempenho entre as principais moedas nesta sessão, o peso mexicano ocupou a ponta contrária, em alta de 1,9% ante o dólar.

(Atualizada às 17h37) 

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reuters@moneytimes.com.br

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