Dia seguinte de Fed e Copom tem disparada do dólar, acima de R$ 4,90; veja motivos
O dólar à vista opera pressionado no pregão desta quinta-feira (21) acompanhando a aversão ao risco que prevalece no exterior.
Por volta das 16h40 (de Brasília), a moeda norte-americana subia 1% frente ao real, cotada a R$ 4,93 para venda. Com isso, a divisa estrangeira sobe pelo terceiro dia seguido e tem ganhos de mais de 1% na semana.
O contrato futuro de dólar com vencimento em outubro também subia 1%, com a mesma cotação. Lá fora, o Dollar Index (DXY) operava com ligeira alta, mas acima dos 105,3 pontos – ainda nos maiores níveis em seis meses.
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Dólar reage ao Fed
Investidores ainda digerem a decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), ontem à tarde, na qual manteve a taxa de juros no intervalo de 5,25%-5,50%. Contudo, o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que a autoridade monetária poderá elevar juros, se achar necessário.
O analista de câmbio da Nova Futura Investimentos, Alex Martins, comenta que grande parte das moedas de países emergentes estão perdendo para o dólar.
Ele destaca que o mercado reage à fala mais “hawkish” (duro) de Powell, contratando mais uma alta de juros de 0,25 ponto percentual (p.p.). Além disso, o mandatário do Fed deixou claro que a taxa de juros nos Estados Unidos deverá ficar alta por um período prolongado.
“O que acaba gerando migração de recursos para títulos de longo prazo nos Estados Unidos. Isso tira um pouco o fluxo de investimentos de países emergentes”, avalia.
Enquanto isso, aqui, o Comitê de Política Monetária (Copom) cortou pela segunda vez consecutiva a taxa Selic, para 12,75%.
Desta forma, o operador da Manchester Investimentos, Gabriel Mota, pondera que se o Fed continuar elevando juros por lá, enquanto o Banco Central brasileiro corta juros, provavelmente, veremos investidores estrangeiros tirando dinheiro do mercado doméstico e levando para os Estados Unidos.
“Porque lá há títulos públicos pagando taxas de juros elevadas e isentos de risco”, comenta.
*Com Reuters