Dólar tem 2ª queda consecutiva com esfriamento das discussões sobre pacote fiscal e fecha a R$ 6,04
Nesta quarta-feira (4), o dólar à vista (USDBRL) estendeu as perdas da véspera com a redução da aversão ao risco doméstico e enfraquecimento da moeda no exterior.
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0457 (-0,21%).
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, caiu 0,04%, aos 106,326 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
Com o pacote fiscal saindo do foco das atenções do mercado, o dólar seguiu perdendo força ante o real.
No cenário doméstico, os investidores acompanharam declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O chefe da pasta econômica fez críticas à forma como parte do mercado financeiro recebeu o pacote fiscal, anunciado na semana passada, e disse que as medidas são suficientes para o momento.
O ministro afirmou ainda que o mercado tem “toda legitimidade” para criticar, mas que o “filme é melhor que a fotografia”. “Não me parece que medidas de contenção de gastos são irrelevantes, como alguns querem fazer parecer”, afirmou Haddad em evento da agência Jota em Brasília.
Ele prevê a aprovação no Congresso das medidas ainda este ano.
Nos Estados Unidos, a atenção foi dividida entre novos dados do mercado de trabalho e declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell.
A criação de vagas de trabalho no setor privado ficou ligeiramente abaixo do esperado em novembro, de acordo com o Relatório Nacional de Emprego da ADP.
Foram abertos 146 mil postos de trabalho no setor privado no mês passado, depois de 184 mil em outubro (dado revisado). Os economistas consultados pela Reuters previam criação de 150 mil postos de trabalho no período.
O mercado agora espera a divulgação do relatório oficial de empregos, o payroll, de novembro na próxima sexta-feira (6).
Em evento do New York Times, Powell disse que o desempenho recente da economia norte-americana permite que o Banco Central seja mais criterioso com a trajetória futura dos cortes na taxa de juros.
Dado o crescimento melhor do que o esperado neste ano, “podemos nos dar ao luxo de sermos um pouco mais cautelosos ao tentarmos encontrar a neutralidade” com a política de juros, afirmou o chefe do BC norte-americano.
Hoje, os agentes financeiros veem 75,5% de chance de o Fed reduzir os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,50% a 4,75% ao ano, na próxima reunião — que acontece entre os dias 17 e 18 de dezembro. Ontem (3), a probabilidade era de 72,9%.
*Com informações de Reuters