Dólar fecha estável a R$ 5,67 com ‘cabo de guerra’ entre cenário fiscal e juros nos EUA
O dólar à vista (USDBRL) estendeu as perdas pela quarta sessão consecutiva nesta quinta-feira (7).
O cenário fiscal doméstico concentrou as atenções dos investidores após uma nova alta na taxa básica de juros no Brasil. A decisão de política monetária nos Estados Unidos também repercutiu sobre a moeda, ainda que em segundo plano.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6753 (-0,01%).
O desempenho acompanhou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, teve queda de 0,68%, aos 104.409 pontos, hoje.
O que mexeu com o dólar hoje?
O dólar iniciou a sessão em queda reagindo à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central em elevar a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a 11,25%.
No comunicado, os membros do BC não indicaram seus próximos passos, mas defenderam que o governo adote medidas fiscais estruturais que gerem impactos para a política monetária, afirmando que a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado os preços de ativos e as expectativas.
Mas foi o cenário fiscal que roubou a cena mais uma vez. O mercado monitorou a reunião ministerial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
Durante o pregão, o dólar à vista renovou a cotação máxima intradia a R$ 5,7237 (+0,84%), em reação à notícia de que o pacote de corte nos gastos públicos pode ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões.
A notícia foi negada pelo ministério da Fazenda. A pasta econômica afirmou que “não procedem” as informações veiculadas pela imprensa sobre a suposta análise de duas medidas fiscais. “É importante ressaltar que tal informação não corresponde ao que vem sendo debatido entre a equipe econômica, demais ministérios e a Presidência da República”, afirma a nota.
O mercado, porém, espera um pacote mais robusto. Segundo a mediana da Projeções Broadcast, a expectativa é de um corte de R$ 25,5 bilhões.
No exterior, os investidores repercutiram a decisão unânime do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve. Como o esperado, o BC norte-americano cortou as taxas em 25 pontos-base, trazendo os juros à faixa de 4,50% a 4,75% ao ano.
*Com informações de Reuters