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Dólar avança mais de 1% e renova máxima histórica a R$ 6,07 com payroll forte e cenário fiscal

06 dez 2024, 17:04 - atualizado em 06 dez 2024, 17:28
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O dólar à vista encostou em R$ 6,10 durante a sessão com escalada dos juros futuros em meio à incerteza sobre o pacote fiscal no Congresso(Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Nesta sexta-feira (6), o dólar à vista (USDBRL) recuperou a força depois de três sessões consecutivas de baixas, com dado do mercado de trabalho dos Estados Unidos acima do esperado e temor sobre o cenário fiscal doméstico.

Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0708 (+1,02%) — no maior valor nominal de fechamento da história. Durante a sessão, a moeda voltou a operar abaixo de R$ 6 e atingiu mínima intradia a R$ 5,9847 (-0,42%).



O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, renovou a máxima intradia aos 106,159 pontos. O índice fechou com alta de 0,33%, aos 106,045 pontos.

Na semana, o dólar avançou 1,16% sobre o real. 

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O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o dólar ganhou força com a escalada dos juros futuros, em meio a percepção do mercado de que o pacote de gastos, apresentado pelo governo na semana passada, pode ser desidratado no Congresso Nacional.

Uma das notícias na imprensa, que circulava pelas mesas, era a de que parlamentares estariam resistentes a mexer no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago e idosos e a pessoas com deficiência.

As taxas de Depósitos Interfinanceiros (DIs) subiram até 30 pontos-base nos vencimentos mais longos da curva.

Nos Estados Unidos, o mercado acompanhou novos dados do mercado de trabalho, que reforçaram as apostas com continuidade do ciclo de afrouxamento monetário empregado pelo Federal Reserve (Fed).

O relatório oficial de empregos, o payroll, mostrou a abertura de 227 mil postos de trabalho em novembro, ante a expectativa de 200 mil no mês.  A taxa de desemprego subiu de 4,1% em outubro para 4,2% no mês passado, em linhas com as expectativas.

Após o payroll, a probabilidade de o Fed cortar os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50%, subiu de 71% (ontem) para 88,8% hoje, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. A próxima reunião do Comitê Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Banco Central norte-americano acontece entre os dias 17 e 18 de dezembro.

Além disso, uma leitura preliminar da pesquisa da Universidade de Michigan sobre a confiança do consumidor dos EUA ficou em 74 em dezembro, em comparação com uma estimativa de 73, de acordo com economistas consultados pela Reuters.

Em seu primeiro grande discurso sobre política monetária, a presidente d unidadedo Fed de Cleveland, Beth Hammack, disse que está mantendo suas opções em aberto quando se trata da próxima reunião do Fomc, uma vez que as condições econômicas mais amplas continuam a defender uma desaceleração no ritmo de cortes na taxa básica.

“Acredito que estamos no ponto ou perto do ponto em que faz sentido diminuir o ritmo das reduções de juros“, disse Hammack no texto de um discurso preparado para ser apresentado ao The City Club of Cleveland. “Nos movendo lentamente vai nos permitir calibrar a política monetária para o nível adequadamente restritivo ao longo do tempo, dada a força subjacente da economia”, afirmou.

*Com informações de Reuters 

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.