Dólar

Dólar acompanha aversão ao risco externa e fecha no maior nível desde março de 2021, a R$ 5,78; moeda norte-americana avança mais de 6% em outubro

31 out 2024, 17:03 - atualizado em 31 out 2024, 17:17
Ações internacionais
O dólar renovou a máxima intradiária em mais de dois meses pela segunda vez consecutiva; divisa avançou 6% ante o real em outubro (Imagem: Freepik)

O dólar à vista (USDBRL) manteve o ritmo de ganhos na última sessão do mês, em meio à escalada da cautela externa e a expectativa pelo anúncio de medidas fiscais no Brasil.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7811 (+0,31%) — no maior patamar desde março de 2021. Durante o pregão, a divisa bateu máxima a R$ R$ 5,7940 — renovando o maior nível intradia desde agosto.



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, teve leve queda de 0,09% hoje.

Em outubro, o moeda norte-americana acumulou alta de 6,13%. A incerteza doméstica sobre o cenário fiscal e as eleições à presidência dos Estados Unidos foram alguns dos impulsionadores da divisa ante o real.

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar seguiu ganhando força ante o real com o cenário fiscal ainda em foco, na expectativa pelo anúncio de novas medidas para equilibrar as contas públicas.

Os investidores seguiram repercutindo falas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, da véspera. Ontem (30), o chefe da pasta econômica disse que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas, ressaltando que o plano passa por análise jurídica e sem dar prazo para apresentação.

Nesta quinta-feira (31), o mercado acompanhou novos dados do mercado de trabalho.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,4% nos três meses até setembro, abaixo da projeção de 6,5% em pesquisa da Reuters e marcando o menor nível desde 2013.

No exterior, os dados econômicos nos Estados Unidos ditaram mais um pregão.

O índice de preços (PCE) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,2% no mês de setembro, segundo divulgado pelo Bureau of Economic Analysis (BEA). Em um ano, o PCE foi a 2,1% e se aproximou mais da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).

A variação mensal veio levemente abaixo das projeções do mercado, de 0,3%, enquanto a anual veio em linha com o esperado.

O PCE é a referência de inflação para o Fed. 

Os pedidos de auxílio-desemprego no país caíram em 12.000, para 216.000 em dado com ajuste sazonal, na semana encerrada em 26 de outubro, informou o Departamento do Trabalho. Economistas consultados pela Reuters previam 230.000 pedidos para a última semana.

O mercado agora aguarda o relatório mensal de empregos (payroll), que será divulgado amanhã (1º).

Além disso, o mercado tem aumentado as apostas de vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

*Com informações de Reuters 

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