Dólar

Dólar ignora nova intervenção do BC, renova recorde histórico e fecha a R$ 6,09 com risco fiscal

16 dez 2024, 17:12 - atualizado em 16 dez 2024, 17:43
dolar - real
O dólar à vista acelerou os ganhos em meio às incertezas sobre o cenário fiscal e renovou o recorde nominal de fechamento, mesmo após uma nova intervenção do Banco Central (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) começou a semana renovando máximas históricas com a perspectiva de que o pacote fiscal não deve ser aprovado no Congresso Nacional ainda neste ano. A forte valorização da divisa foi amenizada por uma nova intervenção no câmbio pelo Banco Central nesta segunda-feira (16).

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0934 (+1,03%), no maior valor nominal de fechamento da história. O recorde anterior foi registrado na última segunda-feira (9), quando o dólar terminou a sessão cotado a R$ 6,0829. 



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, caiu aproximadamente 0,14%, aos 106,863 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o real seguiu pressionado pelas incertezas sobre o cenário fiscal, em meio à deterioração das expectativas e nova intervenção no câmbio pelo Banco Central. 

Ontem (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que ninguém tem mais responsabilidade fiscal do que ele, e voltou a criticar a taxa de juros, em entrevista ao “Fantástico”, da Globo.

O presidente disse que o governo fez “aquilo que é possível” ao mandar o pacote fiscal para o Congresso Nacional. Ele também afirmou que “a única coisa errada nesse país é a taxa de juros estar acima de 12%”. “Essa é a coisa errada. Não há nenhuma explicação”, acrescentou Lula.

O chefe do Executivo teve alta do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, na manhã do último domingo.

Hoje (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, teve uma reunião com Lula na capital paulista para discutir as medidas fiscais. Ele disse que o presidente fez um apelo para que as propostas do governo não sejam desidratadas.

“Ele pediu um quadro detalhado para falar com os líderes (partidários), para garantir que não tenha desidratação nas medidas fiscais”, disse o ministro a jornalistas após o encontro.

Durante a sessão, o Banco Central vendeu mais de US$ 4,6 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra. Essa foi a terceira intervenção no câmbio consecutiva.

Em dos leilões, com data de recompra para 6 de março de 2025, o BC aceitou seis propostas com uma taxa de corte de 6,01%. A cotação de câmbio utilizada para a venda de dólares foi a Ptax das 10h, a R$ 6,0357.

Vale lembrar que, diante da forte alta do dólar, da desancoragem adicional das expectativas de inflação e da percepção de uma atividade econômica superaquecida, o BC acelerou o ritmo de aperto monetária na semana passada.

Na última quarta-feira (11), o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano. O colegiado ainda sinalizou mais duas altas da mesma magnitude nas reuniões de janeiro e março de 2025.

No primeiro Boletim Focus após a decisão, os analistas consultados pelo Banco Central elevaram a projeção para o dólar. Na mediana das projeções dos especialistas, o dólar deve fechar este ano em R$ 5,99, ante R$ 5,95 previsto na semana anterior. Para 2025, a expectativa é de R$ 5,85.

No cenário externo, os agentes financeiros operaram de olho na última reunião do Federal Reserve (Fed) no ano, que acontece nessa semana. As expectativas têm se consolidado em torno de um corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed, para a faixa de 4,25% a 4,50% ao ano.

*Com informações de Reuters 

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar