Dólar

Dólar volta a perder força ante real com Campos Neto e à espera de pacote fiscal; moeda norte-americana cai a R$ 5,78

14 nov 2024, 17:08 - atualizado em 14 nov 2024, 17:13
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O dólar à vista ultrapassou os R$ 5,80 durante a sessão, mas perdeu força com apoio das commodities e declarações de Campos Neto (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

O dólar à vista (USDBRL) perdeu força na reta final do pregão e terminou a sessão em leve queda, interrompendo a sequência de quatro ganhos consecutivos.

Com a perspectiva de que o pacote fiscal só deve ser anunciado na próxima semana, os investidores locais repercutiram a prévia do PIB de outubro e falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7881 (-0,02%). Durante a sessão, a divisa atingiu R$ 5,8308 (+0,71%).



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com avanço de 0,33%, aos 106.810 pontos, na expectativa por novas declarações do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell.

O que mexeu com o dólar hoje?

No cenário doméstico, o mercado repercutiu novos dados de atividade econômica.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou avanço de 0,80% em setembro na comparação com o mês anterior, segundo dados dessazonalizados divulgados pelo Banco Central.

O resultado ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,50%, e com isso o índice fechou o terceiro trimestre com crescimento de 1,1%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o IBC-Br teve alta de 5,1%, enquanto no acumulado em 12 meses passou a um ganho de 3,0%.

Os investidores locais também acompanharam novas declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele afirmou que um dólar mais forte, após a eleição de Donald Trump para a Casa Branca, afetará os países emergentes.

“Obviamente um dólar forte afetará todos os países dos mercados emergentes, mas a minha opinião era de que o Brasil seria menos afetado”, afirmou Campos Neto em evento do Valor Capital Group. “O Brasil não vai ser tão afetado… será afetado, mas em menor grau”, acrescentou.

Já o anúncio do pacote de cortes nos gastos públicos deve acontecer apenas na próxima semana após o G20. A expectativa é de que a medida preveja um corte de R$ 70 bilhões nos gastos públicos nos próximos dois anos,, com R$ 30 bilhões previstos para 2025 e o restante para 2026, segunda a revista Veja.

No exterior, novos dados econômicos também repercutiram sobre a moeda norte-americana.

Nos Estados Unidos, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% no mês passado, após um avanço revisado para cima de 0,1% em setembro, segundo o Departamento do Trabalho do país.

Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,2% dos preços ao produtor, depois de uma leitura inalterada relatada anteriormente em setembro. Nos 12 meses até outubro, o índice subiu 2,4%, depois de avançar 1,9% em setembro.

O avanço do PPI foi impulsionado pelos custos mais altos de serviços como gestão de carteiras e atendimento ambulatorial hospitalar.

Ontem (13), o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em outubro na base mensal e foi a 2,6% na anual. O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês passado. Em um ano, o núcleo foi a 3,3%. Os números vieram em linha com as expectativas.

Além disso, a divisa segue se fortalecendo contra a maioria de pares fortes e emergentes, à medida que os mercados continuam assumindo posições compradas na divisa após a vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca na semana passada.

*Com informações de Reuters 

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