Dólar à vista tem nova alta mesmo com leilões do Banco Central e fecha a R$ 6,03; divisa acumula queda na semana
Nesta sexta-feira (13), o dólar à vista (USDBRL) fechou em nova alta com a forte valorização da moeda no exterior em meio à escalada das taxas dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. Mas o avanço da divisa foi contido por intervenções do Banco Central.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0313 (+0,40%). Na semana, o dólar acumulou baixa de 0,65%.
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu aproximadamente 0,04%, aos 106,993 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado seguiu à espera de novas notícias sobre a tramitação do pacote fiscal, já que as preocupações dos investidores com a trajetória das contas públicas continua sendo o principal foco no mercado de câmbio.
Entre os dados econômicos, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou alta de 0,1% em outubro na comparação com setembro. A expectativa em pesquisa da Reuters para o resultado do mês era de uma queda de 0,2%.
Na avaliação do economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o dado consolidou a visão de um quatro trimestre de atividade forte, impulsionado principalmente pelo consumo das famílias, que segue aquecido pela elevação de renda do trabalho e um crédito ainda robusto, mesmo diante da elevação das taxas de juros.
“O começo de 2025 deve ser bom também, a projeção de safra do IBGE está forte e vamos ter reajustes de salário mínimo, o que deve manter o consumo forte. O Copom vai ter um ‘trabalhão’ pra segurar as expectativas”, disse Borsoi.
Durante a sessão, o Banco Central vendeu 12.000 dos 15.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão de rolagem na parte da manhã.
E, no início da tarde, o BC injetou mais US$ 845 milhões em um leilão de dólares no segmento à vista (spot). Nove propostas foram aceitas na oferta, cujo lote mínimo era de US$ 1 milhão. A taxa de corte foi de 6,0200.
Ontem (12), o Banco Central vendeu um total de US$ 4 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra, mas as vendas não tiveram influência nas cotações.
Em segundo plano, o mercado seguiu monitorando o quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O chefe do Executivo publicou, em suas redes sociasi, um vídeo em que aparece caminhando em um corredor do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Ele recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) pela manhã e segue internado na alta semi-intensiva.
No cenário externo, os agentes financeiros operaram de olho na última reunião do Federal Reserve (Fed) no ano, que acontece na próxima semana.
As expectativas têm se consolidado em torno de um corte de 0,25 ponto percentual pelo Fed, para a faixa de 4,25% a 4,75% ao ano, após os mercados digerirem dados nesta semana que vieram dentro do esperado para a inflação ao consumidor dos Estados Unidos e evidenciaram uma desaceleração gradual do mercado de trabalho.
*Com informações de Reuters