Dólar sobe a R$ 5,78 com falas de Haddad e inflação nos EUA
O dólar à vista (USDBRL) terminou a sessão em alta ante o real. Os investidores seguem monitorando as reuniões da equipe econômica em Brasília sobre os cortes nos gastos públicos.
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7895 (+0,31%). Durante a sessão, a divisa atingiu R$ 5,8177 (+0,80%).
O desempenho também acompanhou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com avanço de 0,46%, aos 106.483 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado segue na expectativa pelo anúncio de corte nos gastos públicos, na tentativa do governo em garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.
No final da tarde, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que ainda não sabe se haverá tempo hábil para o anúncio das medidas nesta semana.
“Hoje nós temos uma reunião com presidente, mas eu não sei se há tempo hábil [para o anúncio]”, disse Haddad a jornalistas na portaria do Ministério da Fazenda.
O ministro também afirmou que o impacto fiscal do pacote será expressivo.
“Mais do que o número, que é expressivo, mais do que o número, que na opinião da Fazenda reforça o nosso compromisso de manter as regras fiscais estabelecidas desde o ano passado, mais do que isso é o conceito que nós utilizamos para fazer prevalecer essa ideia de que as rubricas devem todas elas, na medida do possível, ir sendo incorporadas a essa visão geral do arcabouço para que ele seja sustentável no tempo”, disse.
O chefe da pasta econômica fez uma nova rodada de reuniões em Brasília nesta quarta-feira (13), com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
No exterior, novos dados econômicos repercutiram sobre a moeda norte-americana.
O índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,2% em outubro na base mensal e foi a 2,6% na anual.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês passado. Em um ano, o núcleo foi a 3,3%.
A inflação de outubro veio em linha com as estimativas do mercado e reforçou as expectativas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião de dezembro.
Após o dado, os traders veem a chance de 82,3% de o Banco Central norte-americano reduzir os juros em 25 pontos-base, a 4,25% a 4,50%. Ontem (12), a probabilidade era de 58,7%.
Além disso, a divisa segue se fortalecendo contra a maioria de pares fortes e emergentes, à medida que os mercados continuam assumindo posições compradas na divisa após a vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca na semana passada.
Analistas têm avaliado que as medidas prometidas por Trump para a economia, incluindo tarifas e cortes de impostos, têm caráter inflacionário, o que manteria os juros elevados nos EUA.
A perspectiva de uma política monetária mais apertada tem aumentado os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries — o que favorece o dólar.
*Com informações de Reuters