Dólar recupera fôlego e fecha em alta, acima de R$ 6, após Copom
O dólar à vista (USDBRL) iniciou a sessão em forte queda com a reação à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a taxa básica de juros, mas a divisa recuperou as perdas ao longo do dia. O quadro de saúde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuou no radar.
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0072 (+0,86%). Na mínima do dia, o dólar caiu a R$ 5,8681 (-1,47%).
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu aproximadamente 0,26%, aos 106,354 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado seguiu repercutindo a decisão do Copom. Na véspera, o colegiado do Banco Central elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, a 12,25% ao ano e sinalizou mais duas elevações nos juros, também de 1 ponto percentual nas próximas duas reuniões — que acontecem em janeiro e março de 2025.
A elevação da Selic aumenta o diferencial de juros do Brasil com as taxas de países com moedas fortes, como o caso dos Estados Unidos, o que torna o real bastante atrativo para operações de “carry trade“.
Mais cedo, o Banco Central vendeu um total de 4 bilhões de dólares em dois leilões com compromisso de recompra, mas as vendas não tiveram influência nas cotações.
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também reafirmou o compromisso do governo com o marco fiscal e disse que o Executivo está trabalhando com o Congresso para a votação das medidas fiscais.
“Toda vez que alguém duvida do compromisso do governo federal, do presidente Lula, da liderança do ministro Fernando Haddad em relação ao marco fiscal, nós redobramos a aposta no marco fiscal”, disse Padilha a jornalistas depois de reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão.
Padilha disse que o governo está confiante com a designação dos relatores na Câmara dos Deputados, “para que a gente possa trabalhar de forma intensa nessa reta final para que a gente possa concluir a votação dessas medidas que consolidam o marco fiscal do país”.
Por fim, o presidente Lula foi submetido a um procedimento para drenar um hematoma no crânio nesta quinta-feira (12) e segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês. A previsão é de que o chefe do Executivo deixe a UTI amanhã (13).
*Com informações de Reuters