Dólar tem leve alta e fecha a R$ 5,77 com ata do Copom e exterior
Nesta terça-feira (12), o dólar à vista (USDBRL) terminou a sessão com leve alta com apoio do exterior e com o cenário fiscal doméstico no radar.
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7714 (+0,03%).
O desempenho acompanhou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, superou os 106 mil pontos pela primeira vez desde julho. O índice terminou a sessão com alta de 0,48%, aos 106.027 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado segue na expectativa pelo anúncio de corte nos gastos públicos, na tentativa do governo em garantir o cumprimento do arcabouço fiscal.
Os investidores também repercutiram a ata da mais recente reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Na semana passada, o colegiado elevou a taxa básica de juros em 50 pontos-base, a Selic, a 11,25% ao ano.
Segundo o documento, a decisão reflete o compromisso de convergência da inflação à meta, “essencial para a construção contínua de credibilidade”.
“O Comitê avaliou que o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”, diz a ata.
Para o Itaú, a sinalização de ritmo de altas de 50 pontos-base “é apropriada”, considerando as condições econômicas atuais e as incertezas prospectivas. “Portanto, o comitê parece inclinado a manter o ritmo atual de aperto, por enquanto”, dizem o economista-chefe Mario Mesquita e equipe.
No entanto, o Itaú também não descarta as chances de que as condições econômicas e expectativas de inflação exijam uma aceleração do ritmo em breve, a depender do rumo do fiscal.
- O que a ata do Copom mostra sobre os próximos passos do Banco Cental? Assista ao Giro do Mercado
No exterior, a moeda norte-americana mantém a força contra a maioria de pares fortes e emergentes, à medida que os mercados continuam assumindo posições compradas na divisa após a vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca na semana passada.
Analistas têm avaliado que as medidas prometidas por Trump para a economia, incluindo tarifas e cortes de impostos, têm caráter inflacionário, o que manteria os juros elevados nos EUA. A perspectiva de uma política monetária mais apertada tem aumentado os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries — o que favorece o dólar.
Pesando sobre os mercados emergentes, investidores continuam demonstrando mal-estar com as perspectivas para a economia da China, maior importador de matérias-primas do planeta, uma vez que os mercados têm se decepcionado com os anúncios de medidas de estímulo por Pequim.
A promessa de Trump sobre tarifas, em particular uma taxa de 60% sobre as importações de produtos chineses, é outro fator de pessimismo para a segunda maior economia do mundo.
*Com informações de Reuters