Dólar

Dólar sobe mais de 1% e renova recorde a R$ 6,06 com taxação de Trump e pacote fiscal no radar

02 dez 2024, 17:08 - atualizado em 02 dez 2024, 17:08
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O dólar à vista atingiu a maior cotação intradia desde a criação do real e superou a marca psicológica de R$ 6 (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

Nesta segunda (2), o dólar à vista (USDBRL) renovou recorde de fechamento — pela quarta vez consecutiva.

Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,0680 (+1,11%) — o maior nível nominal desde a criação do real, em 1994. A cotação recorde anterior foi registrada na última sexta-feira (29), a R$ 6,0012.



O desempenho acompanhou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,70%, aos 106,439 pontos.

O que mexeu com o dólar hoje?

O movimento de disparada se iniciou na última quarta-feira (27), com o anúncio do pacote fiscal, que incluiu a isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil mensais —  uma das promessas da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o impacto da isenção do IR será “neutralizado” por um aumento na taxação de salários acima de R$ 50 mil — o que tem sido considerado “insuficiente” pelo mercado.

Em reação, os economistas consultados pelo Banco Central elevaram as expectativas para o dólar para os próximos anos, segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (2). Agora, as projeções são de dólar a R$ 5,60 no final de 2025 e de 2026. A estimativa para o final desde ano foi mantida em R$ 5,70 — apesar da percepção negativa sobre o cenário fiscal. 

Também entrou no radar uma reunião entre Lula com o Haddad, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e líderes do Congresso para discutir a tramitação do pacote fiscal. As informações são do Broadcast. O encontro começou às 16h30 (horário de Brasília).

O diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou que a instituição só atua no câmbio em caso de disfuncionalidades — o que não é o caso do movimento atual.

Galípolo, que assume a presidência do BC em janeiro, ainda disse que o cenário econômico atual aponta para uma política monetária “mais contracionista” por parte da instituição, sinalizando “juros mais altos por mais tempo” no Brasil, no evento XP Fórum Político, realizado pelo banco XP em São Paulo.

A ameaça do presidente eleito nos Estados UnidosDonald Trump, de elevar tarifas para uma alíquota de 100% sobre os produtos fabricados no Brasil e em outros países que compõem o Brics também pesou contra o real.

*Com informações de Reuters 

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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