Dólar sobe a R$ 5,81 com ruído fiscal; moeda norte-americana avança ante o real na semana
O dólar à vista (USDBRL) encerrou a sessão desta sexta-feira (22) com leve valorização ante o real, em meio a novos ruídos sobre o cenário fiscal. A expectativa é de que o governo anuncie o pacote de medidas fiscais até a próxima terça-feira (26).
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,8144 (+0,05%). Na semana, a moeda acumulou alta de 0,45% sobre o real.
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com avanço de 0,60%, aos 107.573 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o mercado segue em compasso de espera pelo corte nos gastos públicos.
Ontem (21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está convencido de que será capaz de alcançar o resultado primário projetado para este ano e, portanto, não fará alterações na meta.
Haddad disse que o bloqueio nas contas públicas deve chegar a aproximadamente R$ 5 bilhões. Segundo ele, a data do anúncio será decidida até segunda-feira (25), depois de reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pela manhã.
Hoje (22), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o presidente Lula e Haddad estão fazendo uma “poda adequada em uma árvore que está crescendo”, em uma referência a um pacote fiscal de corte de gastos que vem sendo elaborado há semanas pelo governo.
No exterior, a aversão ao risco seguiu favorecendo a moeda norte-americana — por ser considerada um ativo de proteção em cenários de incertezas.
Os investidores continuaram a digerir aumento das tensões na Ucrânia, com preocupações sobre uma possível expansão do conflito e os efeitos sobre os preços de commodities importantes, como o petróleo.
Mais cedo, a Rússia disse o ataque com um míssil balístico hipersônico recém-desenvolvido na Ucrânia, na véspera (21), tinha o objetivo de ser uma mensagem ao Ocidente de que Moscou responderá às decisões e ações “imprudentes” em apoio ao país governado por Volodymyr Zelensky.
Além disso, o índice DXY ganhou força ante o euro e a libra após dados mais fracos de atividade econômica no Reino Unido e Alemanha.
*Com informações de Reuters