Dólar renova recorde histórico a R$ 6,08 de olho no fiscal e Copom
Nesta segunda-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) iniciou o dia em queda, com a expectativa de novos estímulos na China. Mas, na segunda parte da sessão, a moeda retomou força com a escalada da curva de juros futuros.
Na comparação com o real, a divisa norte-americana encerrou as negociações a R$ 6,0829 (+0,20%), no maior valor nominal de fechamento da história. O recorde anterior foi registrado na última sexta-feira (6), quando a moeda terminou a sessão contada a R$ 6,0708.
O desempenho acompanhou a tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,10%, aos 106,153 pontos.
O que mexeu com o dólar hoje?
No cenário doméstico, o real seguiu pressionado com o risco de desidratação do pacote fiscal durante a tramitação no Congresso e a elevação das expectativas de alta na taxa básica de juros, a Selic.
Segundo o Boletim Focus desta segunda-feira (9), a previsão para a Selic aumentou de 11,75% para 12% para este ano, às vésperas da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2024. Sabendo que a taxa básica de juros está a 11,25% ao ano, a expectativa é de elevação de 0,75 ponto percentual na próxima reunião.
O Copom se reúne entre amanhã (10) e quarta-feira (11) para a última decisão sobre os juros. Hoje, as apostas de alta de 1 ponto percentual na Selic se mantiveram majoritárias, com uma nova escalada na curva de juros futuros.
Os investidores aguardaram os números do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que será divulgado amanhã (10). Os economistas consultados pela Reuters projetam uma desaceleração da inflação para 0,37% na base mensal, de 0,56% em outubro. Em 12 meses, a previsão é que o índice tenha acelerado para alta de 4,85%, ante 4,76% em outubro.
Nos Estados Unidos, o mercado seguiu em compasso de espera também por novos dados de inflação. Hoje (9), os traders veem 85,8% de chance de o Federal Reserve (Fed), o Banco Central norte-americano, cortar os juros em 25 pontos-base, para a faixa de 4,25% a 4,50% na próxima reunião de política monetária — que acontece entre os dias 17 e 18 de dezembro.
Em linhas gerais, quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos.
Os ganhos do dólar foram ainda limitados pela expectativa de novos estímulos na China — que tende a beneficiar países exportadores de commodities como o Brasil.
*Com informações de Reuters