Dólar

Dólar cai abaixo de R$ 6 pela primeira vez no ano

16 jan 2025, 11:16 - atualizado em 16 jan 2025, 11:16
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O dólar à vista iniciou o pregão em queda ainda na esteira dos dados de inflação nos EUA, que aumentaram apostas de corte nos juros norte-americanos (Imagem: Pexels)

O dólar à vista (USDBRL) rompeu o nível de R$ 6 na primeira hora das negociações, em mais uma sequência de quedas puxada por dados no Brasil e nos Estados Unidos.

Às 9h33 (horário de Brasília), a moeda norte-americana foi cotada a R$ 5,9960, na mínima intradia — e na menor cotação desde 13 de dezembro do ano passado.

No mesmo horário, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, operava em queda de 0,11%, aos 108.973 pontos.

Contudo, o breve alívio não se sustentou e a moeda norte-americana voltou a operar em alta — depois de duas quedas consecutivas. Por volta de 11h04 (horário de Brasília), o dólar estava cotado a R$ 6,0464 (+0,35%).

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O que enfraqueceu o dólar hoje?

O enfraquecimento do dólar seguiu  impulsionado por  dados de inflação nos Estados Unidos, divulgados nos dias anteriores.

Ontem (15), o Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou dentro do esperado pelo mercado e aumentou as apostas de afrouxamento monetário pelo Federal Reserve.

O CPI subiu 0,4% em dezembro e fechou 2024 a 2,9%. Já o núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, recuou para 0,2% no mês passado e para 3,2% no ano.

Após o dado, o mercado passou a ver mais chance do Banco Central dos norte-americano reduzir os juros em 50 pontos-base até dezembro deste ano. “A desaceleração da inflação nos EUA renovou as esperanças de uma política monetária menos restritiva por parte do Fed neste ano”, diz relatório da Corretora MonteBravo.

Os traders agora veem 30,5% de chance de o Fed reduzir os juros para a faixa de 3,75% a 4,00% neste ano, segundo a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group. Antes do CPI, a aposta de redução era de 25,5%. Atualmente, os juros estão entre 4,25% a 4,50%.

No cenário doméstico, o dólar também repercutiu os dados de Índice de Atividade Econômica do Banco Central  (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB)— que apresentou avanço acima do esperado.

O indicador subiu 0,1% em novembro, ante a expectativa de estabilidade dos analistas consultados pela Reuters. Em outubro, a alta foi de 0,09%. No acumulado de 12 meses, a prévia do PIB teve crescimento de 3,6%.

Na avaliação da XP Investimentos, o IBC-Br confirmou a desaceleração da atividade econômica.

Repórter
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.