Dólar à vista opera em forte queda após falas de Haddad; moeda norte-americana renova mínimas a R$ 5,75
O dólar à vista (USDBRL) interrompe a sequência de ganhos nesta segunda-feira (4) — e opera em forte queda.
A moeda norte-americana renovou mínima intradia a R$ 5,7562 (-1,93%) em reação a novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O dólar terminou o dia com baixa de 1,47%, a R$ 5,7831.
No exterior, o indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas, também opera em queda às vésperas das eleições nos Estados Unidos. O índice registrou queda de 0,37%, aos 103,915 pontos. Acompanhe o Tempo Real.
O que mexe com o dólar hoje?
O motivo que pressionou o real ante dólar na semana passada é o mesmo que traz alívio à divisa brasileira nesta segunda-feira (4): o cenário fiscal.
Pela manhã, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacote de corte nos gastos públicos deve ser anunciado ainda nesta semana. “Como as coisas estão muito avançadas do ponto de vista técnico, acredito que nós estejamos prontos para anunciar”, disse em entrevista a jornalistas.
Ainda segundo Haddad, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou o final de semana trabalhando no plano fiscal. “[…] Ele pediu que técnicos viessem à Brasília para apresentar detalhes e agora estamos na reta final.”
O chefe da pasta econômica cancelou a viagem à Europa, prevista para esta semana, a pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva após a reação negativa do mercado — que refletiu na disparada dos juros futuros e do dólar no maior nível desde maio de 2020.
Na sexta-feira (1°), a moeda norte-americana encerrou a R$ 5,8694 (+1,53%) — a segunda maior cotação nominal do dólar na história.
O simples fato de Haddad ter ficado em Brasília já abriu espaço para uma correção de baixa do dólar e das taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros).
No exterior, o dólar perde força em meio ao recuo dos rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasuries. O mercado norte-americano faz ajustes na expectativa pelas eleições à Casa Branca, que acontecem nesta terça-feira (5) e na decisão de política monetária do Federal Reserve, a ser divulgada na quinta-feira (7).
Os investidores reduzem as apostas de vitória do ex-presidente Donald Trump. Algumas das chamadas “negociações Trump” perdem força após que uma pesquisa recente mostrou Kamala liderando em Iowa — estado conquistado pelo republicano em 2016 e 2020. A pesquisa Des Moines Register/Mediacom Iowa foi divulgada no último sábado (2).
No cenário de política econômica, o consenso é de corte de 25 pontos-base, o que levaria os juros norte-americano a faixa de 4,50% a 4,75% ao ano.
*Com informações de Reuters