Dólar fraco X preços internacionais em alta. Equilíbrio não atinge todos exportadores e setores
A enxurrada de dólares que está correndo para o Brasil atrás da renda fixa pode virar uma boa dor de cabeça para os exportadores. Fraca pela maior oferta em circulação, a divisa americana torna os produtos brasileiros mais caros, na troca por reais, e pode afugentar os compradores.
Os preços internacionais das commodities agrícolas poderiam compensar a queda do dólar e a menor quantidade embarcada, mas esse equilíbrio depende muito de cada empresa, desde a sua formação de custos para a produção do que está sendo exportado, além do hedge.
E desde, igualmente, que os importadores também não sumam.
Na soja, por exemplo, com os preços internos muito altos depois de várias consolidações de quebra, as compras, em maiores volumes, estão direcionadas para os Estados Unidos.
No caso da carne bovina, nos primeiros 14 dias úteis de fevereiro foram bons em volume e em faturamento.
A receita com exportações foi US$ 614,1 milhões (110,4 mil toneladas), resultado de um preço médio de US$ 5,558 mil a tonelada, ganho de 70,2% sobre fevereiro de 2021.
Mas, nesse mesmo período do mês o dólar esteve, na média, em R$ 5,25 (contra em torno de R$ 5,45/5,50 de janeiro), e nesta terça (22) está em R$ 5,06, perdendo acima de 0,97%.
Os importadores fazem novas contas, certamente.