Dólar fraco pode fazer sobrar mais boi para frigoríficos pressionarem as cotações
O momento exige atenção do produtor de boi.
A quantidade de fêmeas está aumentando nos frigoríficos, também macho acabado vai entrando em maior volume, as exportações deram uma bambeada e o dólar fraquejado (-1,75%, R$ 4,75, na sexta) tira mais ímpeto dos embarques, ajudando a fazer sobrar mais matéria-prima na praça.
Ainda o preço mantém certa resistência, mas deverá sofrer mais pressão dos frigoríficos, porque, com as variáveis mostradas acima, as escalas de abate estão confortáveis.
Em São Paulo, onde o boi gordo, na média, ficou em R$ 341,64, na sexta, em baixa de 0,74%, segundo o levantamento do Balizador GPB Datagro, as indústrias estão com programação de 12 dias úteis, de acordo com a consultoria Agrifatto.
Ou seja, tem bastante animal contratado, enquanto o tempo corre.
Embora a média brasileira pesquisada é de 10 dias de escalas acertadas, São Paulo é que faz o mercado se ajustar, ante seu poderio consumidor e porta de saída principal das exportações.
O fim da estação de monta está ocasionando desova de fêmeas descartadas, a safra de boi das águas, depois de boas chuvas, oxigena a oferta que vinha bem apertada, e as exportações podem sentir mais o encarecimento da carne, como real mais valorizado.
E sem melhora à vista do consumo doméstico.