Dólar fraco não legitima os declarados temores com Lula e isso é um problema para exportadores de soja
O dólar raspando os R$ 5 no Brasil não gera oportunidade para o produtor aproveitar a volta da soja acima dos US$ 15 em Chicago.
Na conversão cambial, o exportador ganha menos.
A moeda americana está abrindo em R$ 5,07 nesta sexta (27), depois de outra baixa de 0,11%. Os declarados temores com a economia na nova Era Lula, mais os alertas internacionais, ainda não legitimam a disparada da divisa forte.
No mercado interno, o movimento é acompanhado, e a saca para entrega mais curta está entre R$ 173, R$ 174, e de R$ 178 para meio do ano, registrou o analista Vlamir Brandalizze, na quinta.
Esse nó ficará mais górdio se o real seguir valorizado – ou pelo menos estabilizado sem voltar à faixa dos R$ 5,20 a R$ 5,30 -, porque a oleaginosa tende a ser mais pressionada logo mais.
Se prenuncia a chegada cada vez mais volumosa da safra brasileira, em colheita, e com algumas chuvas se estabelecendo no Rio Grande do Sul, podendo dar mais alento à soja tardia de lá.
Em algum momento, esse avanço brasileiro vai anular o sacrificado ciclo argentino, que vem dando um pouco de suporte atualmente.
A volta da China do longo feriadão, sugando mais soja como sempre se espera, pode contrapor a esse quadro, mas também os chineses sabem controlar as importações sem que anulem a pressão sobre a oferta brasileira.
Dados da quinta do USDA mostram um pouco mais de exportações, e sustentaram altas razoáveis, enquanto agora, às 8h05 (Brasília), o vencimento de março testa novos ganhos, de 0,21%, a US$ 15,25