Dólar flerta com máxima de 20 anos e ameaça resultados do S&P 500 no 3T2022; confira a abertura de Wall Street hoje
Os índices acionários de Nova York abriram sem direção única nesta quarta-feira (28), com investidores repercutindo recompra de títulos soberanos pelo Banco da Inglaterra.
Por volta das 11h15, o Dow Jones operava em alta de 0,33%, o S&P 500 subia 0,29% e o Nasdaq perdia 0,15%.
Wall Street tenta se recuperar aproveitando-se do aumento do preço das Treasuries, e queda de seus rendimentos, nesta primeira parte do pregão. O movimento reflete o anúncio do Banco da Inglaterra, que irá comprar novos títulos soberanos da dívida, em busca de restaurar maior equilíbrio nas condições do mercado.
Dólar alcança máxima de 20 anos e isso é ruim para as ações nos EUA e no Brasil
Do lado da pressão de baixa, investidores em Wall Street continuam monitorando com preocupação o avanço desenfreado do dólar. Ainda mais cedo, o índice DXY — que mede a força da divisa americana em relação a um par de moedas fortes — chegou a tocar a máxima vista pela última em 2002, aos 114,5 pontos.
A impetuosa força do dólar em 2022 está atrelada ao aperto monetário executado pelo Federal Reserve e o aumento dos rendimentos dos títulos da dívida pública norte-americana, comprados com a divisa norte-americana.
Além disso, a alta volatilidade nos mercados internacionais induz uma diminuição da exposição ao risco pelos investidores, que passam a buscar ativos considerados seguros. Não é possível pensar em um mais seguro do que aquele emitido pelo Banco Central mais poderoso do mundo.
O avanço do dólar é particularmente prejudicial para as empresas multinacionais listadas no S&P 500, que precisam converter a receita levantada em suas moedas para o dólar. Não por acaso, o índice das 500 ações mais negociadas tem enfrentado um verdadeiro teste de estresse, com fechamentos sucessivos no vermelho levando ao pior nível desde o início da pandemia.
O impacto deverá ser mensurado com mais clareza na próxima temporada de balanços, com alguns analistas projetando uma queda de até 33% da receita de multinacionais, em decorrência de efeitos cambiais.*
No Brasil, a valorização do dólar também causa efeitos inflacionários para produtos comercializados internacionalmente, como é o caso das commodities agrícolas e metálicas. Isso sem contar o próprio efeito depressor sobre a bolsa de valores, sensível à aversão ao risco.
*com Bloomberg
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