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Dólar firma alta ante real com incerteza doméstica; BC anuncia leilão

01 jun 2020, 15:27 - atualizado em 01 jun 2020, 15:27
Dólar
Às 15:19, o dólar avançava 1,16%, a 5,4022 reais na venda. No pico, foi a 5,4200 reais, apreciação de 1,49% (Imagem: REUTERS/Valentyn Ogirenko)

Depois de alterar ganhos e perdas, o dólar se firmava em alta na tarde desta segunda-feira, com o real praticamente como a única moeda relevante a ceder terreno nesta sessão, em meio ao noticiário doméstico ainda preocupante.

Com o real liderando as perdas globais, o Banco Central anunciou há pouco leilão de dólares no mercado à vista, vendendo 120 milhões de dólares. A cotação chegou a desacelerar a alta, mas retomou tração depois de divulgado o resultado do leilão e já oscilava perto das máximas intradiárias.

Às 15:19, o dólar avançava 1,16%, a 5,4022 reais na venda. No pico, foi a 5,4200 reais, apreciação de 1,49%.

As imagens de embates entre manifestantes pró e contra o presidente Jair Bolsonaro durante o fim de semana em São Paulo, com a polícia intervindo com bombas de gás lacrimogêneo, evidenciaram tensões políticas ainda presentes no país, num momento em que a pandemia se agrava e indicadores econômicos apontam recessão histórica.

“Acho que essas imagens (dos protestos) rodando o mundo, todas as notícias sobre a crise de saúde aqui… geram insegurança no investidor estrangeiro, elevando a percepção de risco”, disse Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho do Brasil.

A volatilidade implícita das opções de dólar/real de três meses seguia perto de 20%, não distante das máximas alcançadas em março, quando os mercados entraram em queda livre por causa dos efeitos da pandemia da Covid-19. A manutenção da volatilidade nesses níveis indica expectativa de intenso vaivém nos preços do câmbio no curto prazo.

Mais cedo, analistas de mercado tornaram a piorar as expectativas para o desempenho da economia brasileira neste ano, que caminha para recessão histórica em 2020, minando a atratividade do país como destino de investimentos e, portanto, prejudicando o cenário para entrada de capital.

reuters@moneytimes.com.br