Dólar

Contra a ‘maré’ externa, dólar repercute declarações de diretores do BC e termina sessão com leve baixa, a R$ 5,69

23 out 2024, 17:08 - atualizado em 23 out 2024, 17:15
dolar
Durante o pregão, o dólar atingiu R$ 5,73 com a escalada nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e incertezas fiscais no Brasil (Imagem: Pexels)

O dólar à vista (USDBRL) superou os R$ 5,70 mais um vez, mas perdeu força na reta final do pregão em meio à ajustes.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,6928 (-0,08%). Durante a sessão, o dólar atingiu 5,7323.



O desempenho destoou, nos instantes finais da sessão, da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, subiu 0,31% hoje.

O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar operou instável em meio à fraqueza do minério de ferro, expectativas para as eleições dos Estados Unidos e a continuidade das incertezas sobre o cenário fiscal brasileiro.

No cenário doméstico, o mercado repercutiu novas declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

O chefe da pasta econômica afirmou que um fortalecimento do arcabouço fiscal é o melhor “remédio” para o momento que o país vive, ressaltando que discutirá iniciativas relacionadas ao tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em entrevista à imprensa em Washington, onde participa de reunião de ministros do G20, Haddad disse que parece “um pouco exagerado” afirmar que o governo não está tomando conta das contas públicas.

Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, vai apresentar projetos de controle de gastos.

Além disso, o diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Paulo Picchetti, demonstrou preocupação com a desancoragem das expectativas para a inflação, os preços correntes e o mercado de trabalho apertado.

“Estamos em um período que eu caracterizaria como transição de regime, e neste período é muito, muito difícil avaliar exatamente onde você está chegando. Nessas situações, a volatilidade e a incerteza estão obviamente aumentando, e escolhemos ser completamente dependentes de dados em relação aos nossos próximos passos”, disse Picchetti em evento promovido pela XP Investimentos em Washington (Estados Unidos).

No exterior, o dólar foi pressionado pela escalada dos juros projetados para a dívida norte-americana, os Treasuries.

Em linhas gerais, ao comprar Treasuries o investidor empresta dinheiro para o governo dos Estados Unidos, com a perspectiva de receber algum retorno financeiro nesses períodos, dada uma taxa negociada diariamente.

Essas taxas, também chamadas de yields (rendimentos), variam de acordo com a perspectiva dos investidores para a trajetória da taxa de juros da maior economia do planeta. Vale lembrar que a faixa atual dos juros está entre 4,75% e 5,00% ao ano. 

Vale ressaltar que a moeda norte-americana também tem ganhado força nos últimos dias pelo aumento das apostas na vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos. Durante o pregão, o índice DXY atingiu o maior nível desde julho nesta quarta-feira (23).

O republicano tem prometido implementar medidas consideradas inflacionárias por parte de analistas, o que, em teoria, seria positivo para o dólar.

Por outro lado, as promessas do ex-presidente, que incluem tarifas e cortes de impostos, sugerem juros altos por mais tempo.

*Com informações de Reuters 

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