Dólar

Dólar cai pela 7ª vez consecutiva e fecha a R$ 5,42 no dia seguinte das decisões sobre juros nos EUA e Brasil

19 set 2024, 17:03 - atualizado em 19 set 2024, 17:46

O dólar à vista (USDBRL) estendeu as perdas pelo sétimo pregão consecutivo com a reação do mercado ao corte nos juros dos Estados Unidos e alta na taxa Selic no Brasil.

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,42427 (-0,69%) nesta quinta-feira (19).



O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou em leve alta de 0,03%.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O mercado doméstico repercutiu o tom “mais agressivo” do Banco Central no comunicado da decisão sobre a taxa básica de juros.

Ontem (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, dando a largada em um ‘miniciclo’ de aperto monetário.

No comunicado, o Comitê afirmou que “o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”.

O colegiado também considerou que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”.

Com todo este cenário apresentado pelo Copom, aumentaram as apostas dos agentes financeiros de uma elevação da Selic em 50 pontos-base na reunião de novembro.

Além disso, a valorização das commodities impulsiona as moedas emergentes, como o real.

No exterior, os juros nos Estados Unidos segue em direção contrária.

O Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), a 4,75% a 5,00%. A magnitude da redução foi em linha com a expectativa do mercado, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.

Além disso, essa foi a primeira redução desde março de 2020 e marca o início do ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.

Vale lembrar que quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.

*Com informações de Reuters 

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.