Dólar cai pela 7ª vez consecutiva e fecha a R$ 5,42 no dia seguinte das decisões sobre juros nos EUA e Brasil
O dólar à vista (USDBRL) estendeu as perdas pelo sétimo pregão consecutivo com a reação do mercado ao corte nos juros dos Estados Unidos e alta na taxa Selic no Brasil.
Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,42427 (-0,69%) nesta quinta-feira (19).
O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou em leve alta de 0,03%.
O que mexeu com o dólar hoje?
O mercado doméstico repercutiu o tom “mais agressivo” do Banco Central no comunicado da decisão sobre a taxa básica de juros.
Ontem (18), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a Selic em 25 pontos-base, a 10,75% ao ano, dando a largada em um ‘miniciclo’ de aperto monetário.
No comunicado, o Comitê afirmou que “o cenário, marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, demanda uma política monetária mais contracionista”.
O colegiado também considerou que “o ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo ora iniciado serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação”.
Com todo este cenário apresentado pelo Copom, aumentaram as apostas dos agentes financeiros de uma elevação da Selic em 50 pontos-base na reunião de novembro.
Além disso, a valorização das commodities impulsiona as moedas emergentes, como o real.
No exterior, os juros nos Estados Unidos segue em direção contrária.
O Federal Reserve (Fed) cortou os juros em 0,50 ponto percentual (p.p.), a 4,75% a 5,00%. A magnitude da redução foi em linha com a expectativa do mercado, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Além disso, essa foi a primeira redução desde março de 2020 e marca o início do ciclo de afrouxamento monetário na maior economia do mundo.
Vale lembrar que quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.
*Com informações de Reuters