Dólar à vista cai 1% e fecha a R$ 5,41 com pressão externa e falas de Galípolo
Nesta segunda-feira (19), o dólar à vista (USDBRL) estendeu as perdas da véspera com expectativa de afrouxamento monetário nos Estados Unidos a partir de setembro e falas do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 5,4120, com queda de 1,02%.
No exterior, o dólar também perdeu força. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou com queda de 0,57%.
Na semana, a moeda caiu 0,86% ante o real.
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O que mexeu com o dólar hoje?
A moeda norte-americana perdeu força ante o real e no exterior, com a retomada da valorização do iene.
No radar, os investidores mantêm a expectativa pelo início de um ciclo de afrouxamento monetário no Federal Reserve (Fed) em sua reunião de setembro, após uma série de dados econômicos melhores que o esperado nos Estados Unidos.
Agora, os traders veem 77,5% de chance de o Fed cortar os juros em 0,25 ponto percentual no próximo mês, o que seria o primeiro movimento da taxa desde julho de 2023 e levaria os juros ao intervalo de 5,00% a 5,25% ao ano. Ontem (18), a probabilidade era de 75%.
Vale lembrar que quanto mais o Banco Central dos Estados Unidos reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atraente quando os rendimentos (yields) dos Treasuries caem.
Os investidores também aguardam o Simpósio de Política Econômica de Jackson Hole — um encontro anual de autoridades de bancos centrais, para obter mais sinais sobre a trajetória dos juros. O discurso mais esperado é o do presidente da autoridade monetária, Jerome Powell, na próxima sexta-feira (23).
Além disso, o mercado brasileiro já precifica uma alta na taxa básica de juros, a Selic, na reunião de setembro, dada a robustez da economia brasileira e a deterioração do câmbio.
Hoje, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a autoridade monetária vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) para obter “o máximo de dados” e “estar aberto” à decisão sobre a Selic, reforçando que todas as opções estão na mesa.