Depois da breve trégua, dólar à vista volta a subir e fecha a R$ 5,48
O alívio da sessão anterior ficou para trás. Nesta quarta-feira (17), o dólar à vista (USDBRL) conseguiu ir na contramão do desempenho do exterior e ganhou força ante o real.
A moeda norte-americana fechou a R$ 5,4838, com alta de 1%.
O real foi, mais uma vez, pressionado pelo iene, com a sinalização de que o Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês) pode voltar a intervir no câmbio para valorizar a moeda.
O principal diplomata cambial do Japão, Masato Kanda, disse que terá que responder se especuladores causarem movimentos excessivos no mercado de câmbio e que não há limite para a frequência com que as autoridades podem intervir, informou a Kyodo News.
“Não tenho escolha a não ser responder adequadamente se houver movimentos excessivos causados por especuladores”, disse o vice-ministro das Finanças para Assuntos Internacionais em uma entrevista.
Em linhas gerais, a valorização do iene pressiona divisas emergentes como o real, já que a moeda serve como funding para posições ‘short’ contra moedas de carry trade, como o real.
Sendo assim, intervenções no câmbio do Japão tendem a provocar uma realização forçada das demais divisas emergentes.
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Não é só o iene: o que mais valorizou o dólar hoje
Ainda com foco no exterior, o real perdeu força ante o real pela forte queda do minério de ferro — já que o recuo afeta países exportadores da commodity
O contrato mais negociado do minério de ferro na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China, para setembro, atingiu o menor valor em quase três semanas, com queda de 2,66%, a 805 yuans por tonelada — o equivalente a US$ 110,78.
No cenário nacional, a retomada das preocupações com o ajuste fiscal no Brasil também pressionaram o real, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmar que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.
Em entrevista à TV Record na terça-feira (16), Lula ainda disse que precisa ser convencido sobre eventual necessidade de cortar despesas para respeitar o arcabouço, dizendo que não haveria problema se o déficit fiscal ficasse em 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB).
*Com informações de Reuters