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Dólar à vista cai a R$ 5,49 com ‘compasso’ de espera por dados no exterior e BC no radar

12 ago 2024, 17:05 - atualizado em 12 ago 2024, 17:07
Dólar, Mercados, Economia, Federal Reserve, CPI, EUA
No exterior, o dólar perdeu força após a inflação dos Estados Unidos e registrou mínima a R$ 5,6170. (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

Pela quinta vez consecutiva, o dólar perdeu força ante o real. Nesta segunda-feira (10), o dólar à vista (USDBRL) fechou a R$ 5,5962, com queda de 0,34%.



Durante o pregão, a divisa registrou mínima de R$ 5,729 (-0,77%).

No exterior, o dólar também perdeu força. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, ficou estável

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O que mexeu com o dólar hoje?

No exterior e no Brasil, o dólar perdeu força com os investidores em compasso de espera por novos indicadores econômicos dos Estados Unidos. Entre os destaques da semana, o dado de inflação de julho, conhecido como CPI, deve ser divulgado na próxima quarta-feira (14).

Economistas consultados pela Reuters esperam que a inflação para uma alta de 0,2% na base mensal, ante uma queda de 0,1% no mês anterior. Em 12 meses, a projeção é de alta de 3%, mesmo valor registrado em junho.

Embora o CPI não seja o dado de referência do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) para a inflação, o indicador é relevante para calibrar as expectativas dos investidores sobre a trajetória dos juros da maior economia do mundo.

Em geral, o mercado já espera um corte nos juros na próxima reunião em setembro,  mas a magnitude da redução — de 25 pontos-base ou 50 pontos-base — ainda divide opiniões.

No início da semana passada, o corte de 50 pontos-base era dado como certo diante de crescentes temores de uma recessão nos Estados Unidos após dados de emprego fracos em julho.

Essa perspectiva ficou mais incerta nos dias seguintes, com a divulgação de números econômicos mais favoráveis e falas apaziguadoras de autoridades do banco central norte-americano.

Vale lembrar que quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar.

Isso porque a moeda se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos (yields) dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos (Treasuries) caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.

Além disso, declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC) , Gabriel Galípolo, movimentaram a sessão.

Entre as falas, o dirigente disse que o BC pode voltar a subir os juros, embora a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) não trouxe um ‘guidance’ para as próximas decisões da autoridade monetária.

“A alta [dos juros] está na mesa, sim, do Copom, e a gente quer ver como isso vai se desdobrar”, disse Galípolo em evento em São Paulo.

*Com informações de Reuters

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.