Dólar perde força e fecha a R$ 5,58 com perspectiva de alta na Selic e corte nos juros dos EUA
O dólar à vista (USDBRL) perdeu força ante o real com foco nas políticas monetárias do Brasil e do Estados Unidos, apesar da valorização das commodities.
Na comparação com o real, moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,5817 (-0,15%).
O desempenho destoou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, fechou em alta de 0,44%.
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O que mexeu com o dólar hoje?
Apesar do avanço das commodities, que tende a pressionar as moedas emergentes, o dólar perdeu força ante o real.
A moeda brasileira ganhou força à medida que os investidores precificam corte nos juros dos Estados Unidos e alta da Selic, no Brasil, na próxima semana.
O Federal Reserve (Fed) e o Banco Central divulgam a decisões de política monetária na quarta-feira (18).
Por aqui, o mercado elevou as projeções para PIB, depois de a economia brasileira avançar mais que o esperado no segundo trimestre. As estimativas de câmbio, inflação e juros também subiram na comparação com a semana anterior, segundo o Boletim Focus divulgado hoje.
O mercado projeta alta de 25 pontos-base na Selic em setembro, para 10,75% ao ano. As apostas são de alta, da mesma magnitude, nas três reuniões seguintes do Copom: em novembro, dezembro e janeiro de 2025 — o que levaria a Selic a 11,50% no início do ano que vem.
“Esta projeção do Focus consolidou a visão de que o carrego será mais robusto no câmbio. Com isso, a moeda (real) ganha aqui mais proteção, porque fica mais caro apostar contra o BRL”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura. “As moedas ligadas a commodities não estão performando tão bem quanto o real hoje”, acrescentou.
Nos Estados Unidos, os investidores seguem na expectativa por novos dados de inflação.
O índice de preço ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) será divulgado na próxima quarta-feira (11) e deve recalibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve na próxima semana.
A expectativa é de que a inflação se mantenha em 0,2% na comparação mensal e uma alta de 2,6% na base anual.
Enquanto o dado não é divulgado, os traders veem 71% de chance de o banco central colocar os juros na faixa de 5,00% a 5,25% ao ano, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.
Já a probabilidade de o Fed cortar 50 pontos-base, que colocaria os juros nos EUA no intervalo de 4,75% a 5,00% ao ano, é de 29%.
Vale lembrar que quanto mais o Fed reduzir os juros, pior para o dólar, que se torna comparativamente menos atrativo à medida que os rendimentos dos Treasuries caem, gerando apetite por risco em outros mercados com juros mais altos, como o Brasil.