Dólar fecha no menor valor desde junho e busca R$ 5. Entenda!

O dólar à vista fechou em queda de 0,8%, negociado a R$ 5,08 para venda – menor valor desde junho -, em dia positivo para os ativos de risco após os dados de inflação dos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) ficarem abaixo do esperado pelo mercado. Com isso, a leitura é de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) deve adotar uma postura menos agressiva (“hawkish”) na próxima reunião de política monetária.

As apostas de alta da taxa de juros em 0,50 ponto percentual (pp), hoje no intervalo entre 2,25% e 2,50%, ganharam força no exterior, enquanto a projeção de alta de 0,75 pp perdeu fôlego. “Quase descarta mais uma alta dessa magnitude, de 0,75 pp”, diz o economista da Ativa Investimentos, André Coelho.

Antes da divulgação do CPI, a moeda americana chegou a renovar máximas acima de R$ 5,13, mas imediatamente furou o nível de R$ 5,10 com os números. A mínima da sessão foi de R$ 5,03, quando houve forte compra de moeda por parte de importadores e tesourarias de banco, o que levou a queda do dólar a perder força na reta final da sessão, comenta o diretor de uma corretora de câmbio.

Coelho reforça que o dólar perdeu força em relação ao real desde a semana passada, depois da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Ele diz que a ata do Copom, divulgada ontem, foi “dovish” (suave), a ponto da Ativa projetar estabilidade para a taxa Selic em 13,75%. Assim, encerrando neste mês, um ciclo de 12 altas seguidas, iniciado em março de 2021.

E agora?

Em meio ao otimismo de hoje com a inflação americana, gestores da Galapagos Asset dizem acreditar que o Fed terá que subir o juro-base muito além do que o mercado precifica. No médio prazo, isso quer dizer dólar ainda forte, mercados mais voláteis e juro ainda mais alto no mundo desenvolvido, comentam.

Coelho ressalta que a moeda americana deve elevar a volatilidade nos próximos dois meses com a acirramento na disputa eleitoral. Mas a Ativa projeta taxa de câmbio a R$ 5,05 ao fim deste ano.

O contrato do dólar futuro com vencimento em setembro acompanhou o movimento do à vista e caiu 0,8%, cotado a R$ 5,11. Lá fora, o Dollar Index recuou 1,10%, pouco acima dos 105,200 pontos.

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*Com Reuters

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