Dólar fecha no menor valor desde junho com fluxo local
O dólar à vista fechou em queda de 0,5% frente ao real, negociado a R$ 5,03 para venda, no menor valor desde junho deste ano.
Após exibir volatilidade no início do pregão, a moeda norte-americana acelerou as perdas no mercado doméstico e tocou o patamar de R$ 5,00 – também no menor nível em dois meses.
A queda do dólar se intensificou em meio à entrada de fluxo estrangeiro na bolsa brasileira, a B3, e destinado à renda fixa.
“Hoje, houve um fluxo grande de dinheiro ao longo da tarde. O que puxou a tendência do dólar para baixo”, comenta o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.
E o Fed?
Para Velloni, o movimento local está na contramão do tom mais “hawkish” (agressivo) do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira.
Para o economista, o tom adotado por Powell é um blefe, visto os últimos indicadores dos Estados Unidos divulgados nos últimos dias, sinalizando queda da inflação no país e uma recessão técnica.
“O mercado não acredita que o Fed seja tão agressivo na política monetária. Uma vez que pode levar a economia à uma recessão tão profunda”, diz.
E a eleição?
Ontem à noite, a TV Bandeirantes realizou o primeiro debate entre os candidatos à presidência da República.
Havia uma grande expectativa para o embate entre o líder das pesquisas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente Jair Bolsonaro, que ocupa o segundo lugar nas intenções de voto.
Visto como “truncado” e elegendo a candidata Simone Tebet como o destaque positivo por analistas, o debate não parece ter feito preço no pregão.
Há quem diga que a eleição já esteja no preço e que os eventos recentes ligados à campanha, como as sabatinas do Jornal Nacional, o início da campanha eleitoral e o primeiro debate entre presidenciáveis, não estejam fazendo preço nos ativos locais.
Para o economista-chefe da Órama Investimentos, Alexandre Espírito Santo, Lula e Bolsonaro são conhecidos do mercado e transitam bem no Congresso.
O que pesa sobre qualquer um dos eleitos será a condução da política fiscal.
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