Dólar

Dólar tem 4ª queda consecutiva e fecha a R$ 5,51 com IPCA e falas de Galípolo; moeda recua mais de 3% na semana

09 ago 2024, 17:05 - atualizado em 09 ago 2024, 17:09
Dólar, Mercados, Economia, Federal Reserve, CPI, EUA
No exterior, o dólar perdeu força após a inflação dos Estados Unidos e registrou mínima a R$ 5,6170. (Imagem: REUTERS/Dado Ruvic)

Pela quarta vez consecutiva, o dólar perdeu força ante o real. Nesta sexta-feira (9), o dólar à vista (USDBRL) fechou a R$ 5,151, com queda de 1,06%.



Durante o pregão, a divisa registrou mínima de R$ 5,4922 (-1,47%).

No exterior, o dólar também perdeu força. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, teve baixa de 0,08%.

Na semana, a moeda norte-americana caiu 3,40%

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar caiu nesta sexta à medida que os temores com uma recessão nos Estados Unidos são reduzidos.

A moeda norte-americana também perdeu força com dados de inflação acima do esperado no Brasil. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,38% em julho, ante 0,21% no mês anterior. O resultado ficou acima do consenso de mercado, de alta de 0,35% no mês.

Em 12 meses, o IPCA chegou a 4,50% — e atingiu o limite superior da meta de inflação do Banco Central para este ano.

Na avaliação do Inter, o resultado do IPCA em julho foi preocupante, mostrando uma deterioração das medidas que deveriam ser mais sensíveis à política monetária ainda bastante restritiva.

“Chama a atenção a reaceleração da inflação de serviços, especialmente em meio ao mercado de trabalho aquecido, o que pode se mostrar um empecilho para o processo de desinflação e eventual retomada de cortes de juros. Ainda assim, a melhora no cenário internacional e consequente impacto no câmbio pode contribuir para evitar um cenário pior”, afirma o economista sênior e coordenador de Pesquisa Macroeconômica do Inter, André Valério.

Para do economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Nicolas Borsoi, o avanço do IPCA acima do esperado também mostrou uma piora significativa na qualidade dos números.

“Cenário ruim para o Copom, que vai ser pressionado no fim desse ano. Não sei se o suficiente para subir juros, mas vai suar frio”, diz Borsoi.

Além disso, o mercado repercutiu declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo. Em evento, ele disse que não faz sentido não poder votar em um aumento da taxa Selic só porque é indicado do governo e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra os juros altos.

Por fim, o resultado negativo de Petrobras (PETR4) não teve impacto sobre o dólar.

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Jornalista formada pela PUC-SP, com especialização em Finanças e Economia pela FGV. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
liliane.santos@moneytimes.com.br
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