Dólar

Após renovar máxima intradia em dois meses, dólar fecha em leve alta a R$ 5,76 com Haddad

30 out 2024, 17:04 - atualizado em 30 out 2024, 17:30
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O dólar superou R$ 5,79 durante o pregão com incertezas sobre o cenário fiscal e a proximidade das eleições nos EUA (Imagem: Getty Images/ Canva Pro)

Com foco no cenário fiscal, dólar à vista (USDBRL) encostou em R$ 5,80 nas primeiras horas do pregão, mas cedeu à pressão externa na reta final dos negócios nesta quarta-feira (30).

Na comparação com o real, a moeda norte-americana encerrou as negociações a R$ 5,7616 (+0,92%). Durante o pregão, a divisa bateu máxima a R$ R$ 5,7927 — no maior nível intradia desde agosto. 



O desempenho acompanhou da tendência vista no exterior. O indicador DXY, que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais, teve queda de 0,21% hoje.

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O que mexeu com o dólar hoje?

O dólar seguiu estendendo os ganhos com as incertezas sobre o cenário fiscal como pano de fundo.

Em novas declarações, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Brasil tem tarefas a cumprir e que fará as reformas que forem necessárias para assegurar a estabilidade macroeconômica e o crescimento da economia.

“Mas nós estamos atentos aos desafios que estão colocados e temos segurança em dizer que nós vamos endereçar as reformas necessárias para manter a estabilidade macroeconômica do país e o Brasil continuar crescendo a taxas expressivas com justiça social”, disse Haddad.

Ele também afirmou que houve convergência com a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas, ressaltando que o plano passa por análise jurídica e sem dar prazo para apresentação.

Na véspera, o chefe da pasta econômica disse que não há data para o anúncio das medidas fiscais, o que levou o dólar a registrar o maior nível desde março de 2021.

No exterior, uma nova rodada de dados econômicos nos Estados Unidos.

O relatório da ADP mostrou que 233.000 postos de trabalho foram criados no setor privado norte-americano em outubro, ante 159.000 vagas abertas (revisadas para cima) no mês anterior.

Economistas consultados pela Reuters projetavam uma desaceleração na abertura de vagas para 114.000 em outubro.

Acrescentando à percepção de força da economia norte-americana, o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,8% no terceiro trimestre, um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 3%, mas com os gastos das famílias e do governo subindo 3,7%.

O número ainda ficou acima da alta de 1,8% que o Fed considera como um crescimento não inflacionário.

Além disso, o mercado tem aumentado as apostas de vitória de Donald Trump na disputa pela Casa Branca em 5 de novembro.

*Com informações de Reuters