Dólar fecha em queda em movimento local, após Powell
O dólar à vista fechou em queda de 0,9% frente ao real, negociado a R$ 5,07 para venda, em movimento, na contramão do exterior que digeriu o evento da semana.
Hoje foi o grande dia do discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole. Apesar de muito aguardado, foi um discurso bem curto.
Lá fora, a reação foi negativa com o Dollar Index exibindo alta firme ao longo da tarde, acima dos 108,8 pontos. Aqui, o fluxo local ajudou o real a exibir um dos melhores desempenhos no pregão. O levou o dólar às mínimas de R$ 5,05.
Curto e grosso
O mercado esperava ansiosamente pela fala do mandatário do Fed em busca de pistas sobre os próximos passos do banco central dos Estados Unidos quando a política monetária.
O gestor de investimentos da Stratton Capital, Marcelo Cabral, avalia que o discurso de Powell veio surpreendentemente duro.
Segundo ele, a atuação do Fed em relação à política monetária foi ruim. “Eles cochilaram e deixaram a inflação chegar onde chegou”, comenta.
Os analistas da Galapagos Capital, Jaime Valdivia e Rodrigo Jafet, avaliam que o presidente do Fed não proferiu uma mensagem mais “hawkish” (agressiva) do que os mercados estavam esperando.
Peso da inflação
Porém, ele abandonou algumas ideias que estavam deixando o cenário de política monetária incerto. “Foi mais um ‘reset’ do pensamento de Powell do que uma mudança de ênfase ou de direção”, comentam.
A equipe da Galapagos acrescenta que Powell mostrou comprometimento firme na luta contra a inflação norte-americana. O mínimo que se espera de um banqueiro central, que utilizou a experiência histórica para validar sua opinião, observam Valdivia e Jafet.
Semana que vem
Passada a espera por Powell em Jackson Hole, que fez o dólar cair 1,7% na semana, as atenções se voltam para os indicadores.
Na semana que vem, nos Estados Unidos, saem os dados do mercado de trabalho (payroll), em agosto. Os números servirão para calibrar apostas sobre a magnitude de alta de juros no país.
Aqui, o IBGE divulga o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro do segundo trimestre.
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