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Dólar fecha em queda de 1,26%, a R$ 5,1104

28 jul 2021, 17:31 - atualizado em 28 jul 2021, 17:56
Dólar
A queda percentual é a mais forte desde 14 de julho, quando o dólar recuou 1,87% (Imagem: Pixabay/stephenbayer)

O dólar fechou com a maior queda e no menor patamar em duas semanas nesta quarta-feira, sofrendo vendas na parte da tarde depois de o banco central dos Estados Unidos indicar que manterá estímulos monetários por mais tempo.

O dólar à vista caiu 1,26%, a 5,1104 reais.

A baixa percentual é a mais forte desde 14 de julho, quando o dólar recuou 1,87%. O patamar é o menor desde a mesma data, em que a moeda encerrou em 5,0855 reais.

O mercado há dias vinha em uma espera ansiosa pela sinalização que o Fed daria ao fim de sua reunião de política monetária.

O comunicado da conclusão do encontro foi divulgado às 15h (de Brasília) e, imediatamente depois, o dólar saltou mais de 300 “pips”, saindo de 5,1629 reais para 5,1935 reais esta a máxima da sessão, em alta de 0,35%.

À medida que o operadores iam lendo o documento e, sobretudo, ouviam declarações do chair do Fed, Jerome Powell, investidores entraram com força na venda de dólares.

Já no fim do pregão à vista, a moeda tocou 5,1059 reais, queda de 1,34%.

Na coletiva de imprensa, Powell disse que o mercado de trabalho dos EUA ainda tem “algum terreno a cobrir” antes que seja hora de retirar o apoio econômico e afirmou também que a inflação mais alta segue como reflexo de fatores transitórios.

“O Fed foi bastante ‘dovish’ (pró-estímulos). Deixou bastante em aberto o possível corte de estímulos. E ainda há milhões de empregos perdidos.

Então a preocupação do Fed continua”, disse Thomás Gibertoni, analista da Portofino Multi Family Office.

Para Gibertoni, o Fed mais ameno deve se combinar a um Copom na semana que vem mais “hawkish” (duro com a inflação), o que deverá beneficiar o real.

A moeda brasileira teve nesta sessão o segundo melhor desempenho global, superado apenas pelo peso colombiano (+1,4%). Já o dólar perdia ante 29 de 33 pares, em queda de 0,22% contra uma cesta de rivais.

“O movimento de queda do dólar (no Brasil) pode ser mais persistente. Além de um Copom mais duro, especialmente se vier uma alta de 1 ponto percentual da Selic, ainda temos balança comercial melhor e fiscal também melhor, com queda da dívida. Isso tende a atrair capital para o Brasil”, afirmou, mantendo previsão de dólar a 4,90 reais ao fim do ano.

A exatamente uma semana da decisão de juros pelo Copom, as elevações de estimativas para Selic e inflação continuaram.

O BNP Paribas passou a ver juro básico de 8,5% ao término de 2022, depois de fechar este ano em 7,5% –contra expectativas anteriores de 7,5% e 6,5%, respectivamente.

A Selic está em 4,25%, e o BNP projeta acréscimo de 1 ponto percentual em cada uma das duas próximas reuniões (agosto e setembro).

“Achamos que o ritmo mais rápido de normalização da taxa de juros é um bom presságio para a competitividade do real em ‘carry’ no universo dos mercados emergentes e que a moeda não tem sido totalmente impactada pela melhora nas transações correntes, nos termos de troca e na balança comercial”, disseram em relatório Gustavo Arruda e Andre Digiacomo.

O BNP segue com uma posição otimista estrutural em real, financiada por euros.

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