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Dólar fecha em queda de 1,12% e vai a R$ 5,52 com pacote de estímulos dos EUA

09 out 2020, 17:21 - atualizado em 09 out 2020, 17:50
dólar
Na semana, a cotação cedeu 2,47%, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O dólar (USDBRL) caiu nesta sexta-feira e acumulou a primeira queda semanal depois de um mês, com as operações domésticas espelhando a fraqueza da moeda norte-americana no exterior, em dia positivo para ativos de risco no mundo por renovadas esperanças de estímulo fiscal nos Estados Unidos.

O dólar à vista recuou 1,12%, a 5,5268 reais na venda. Ao longo do pregão, a divisa oscilou entre 5,5846 reais (-0,08%) e 5,511 reais (-1,40%).

Na semana, a cotação cedeu 2,47%, depois de quatro semanas consecutivas de ganhos, período em que subiu 6,76%. É a primeira queda semanal do dólar desde a semana finda em 4 de setembro (-1,99%) e a mais intensa desde os cinco dias terminados em 28 de agosto (-3,41%).

Em outubro, o dólar recua 1,64%. Em 2020, a moeda salta 37,73%.

O real teve o segundo melhor desempenho global nesta sessão, em que o dólar recuou frente a 31 dentre 33 pares. O índice do dólar contra uma cesta de seis rivais caía 0,54% no fim da tarde, para o menor patamar em três semanas.

Investidores seguiram otimistas com chances de algum acordo sobre mais estímulos nos Estados Unidos, ainda que as negociações desta sexta entre a presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, tenham fracassado.

Os mercados emergentes, como o Brasil, podem mostrar desempenhos melhores à frente, apontaram analistas do Barclays, segundo os quais investidores estariam dispostos a colocar “dinheiro para trabalhar” conforme crescem perspectivas de uma eleição não contestada nos EUA.

Os mercados emergentes, como o Brasil, podem mostrar desempenhos melhores à frente (Imagem: Reuters/Ricardo Moraes)

“Enquanto isso, há sinais iniciais de uma melhora da crise de saúde em algumas partes do bloco emergente, visto que os casos de Covid-19 parecem ter atingido o pico em alguns dos países afetados, como Índia e Brasil”, disseram.

O Barclays, contudo, ainda vê o real aquém de alguns de seus pares. “Permanecemos comprados em peso mexicano contra real e peso chileno”, afirmaram. O real cai 18,7% ante o peso mexicano em 2020.

As agendas de mercado indicam um noticiário político brando na próxima semana, mas sem tirar as atenções ao Renda Cidadã. “Adicionalmente, vale notar a intenção –recém afirmada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia— de avançar com os debates em torno da PEC Emergencial”, disse o Itaú Unibanco (ITUB4) em nota.

Do lado macro, na semana que vem o IBGE divulga os números do setor de serviços (na quarta) e o IBC-Br (na quinta), ambos de agosto.

“Os dados da pesquisa de serviços deverão mostrar crescimento no mês… O IBC-Br do período, ao trazer uma proxy agregada para o crescimento do PIB, deverá reforçar a leitura de atividade econômica forte”, afirmou o Bradesco em nota.

A semana positiva para o real no agregado ocorreu em meio à divulgação de dados recordes no varejo brasileiro em agosto, bem como o primeiro crescimento da atividade de serviços (medida pelo PMI) após seis meses de retração.