Dólar fecha em queda de 0,91%, a R$ 5,49 na venda
O dólar encerrou esta terça-feira em forte queda contra o real, refletindo esperanças de participantes do mercado de que a PEC dos Precatórios avançará no Congresso, com expectativas de juros mais altos no Brasil e dados de inflação dos Estados Unidos também no radar.
O dólar negociado no mercado interbancário caiu 0,91%, a 5,4911 reais, menor patamar de fechamento desde 15 de outubro (5,4545). Enquanto isso, o dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,99%, a 5,5170 reais.
A moeda brasileira à vista teve o segundo melhor desempenho contra o dólar entre as principais divisas globais nesta terça-feira, atrás apenas do peso chileno. Na mínima do pregão, o dólar chegou a tocar os 5,4567 reais na venda, queda de 1,53%.
O plenário da Câmara dos Deputados retomou na tarde desta terça-feira a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC)que altera a forma de pagamento dos precatórios, com a apreciação de destaques para mudar pontos específicos do texto-base, aprovado na semana passada em primeiro turno.
O primeiro destaque, apresentado pelo PT, foi rejeitado, num sinal de que a base aliada pode ter uma maioria folgada para conseguir concluir a votação da medida.
Mais cedo, investidores também comemoraram a notícia de que o Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou pedido de vários deputados para suspender a tramitação da PEC dos Precatórios na Câmara, entendendo que o assunto é um tema de ordem interna da Casa.
Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, chamou a PEC dos Precatórios de “indispensável” para o governo conseguir abrir espaço fiscal para financiamento de benefício social de 400 reais por família em 2022, ano eleitoral.
“O governo vai honrar, de qualquer forma, esse auxílio emergencial maior. Se ele não conseguir através da PEC, ele poderia declarar estado de calamidade ou algo que seria muito pior do ponto de vista fiscal, porque aí chutaria o teto (de gastos) para longe”, disse ele à Reuters.
Além do noticiário político-fiscal, Bergallo também citou expectativas de que o Banco Central possa acelerar o ritmo de aperto monetário como fator de apoio para o real nesta terça-feira.
No último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) da autarquia, a taxa Selic foi elevada em 150 pontos-base, a 7,75% ao ano.
No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas fortes oscilava entre estabilidade e leve queda. Investidores apontaram o ambiente global como benigno para ativos considerados arriscados nesta terça-feira.
O mercado internacional fica agora à espera da divulgação, na quarta-feira, de dados sobre a inflação ao consumidor norte-americano, que podem oferecer pistas sobre quando o Federal Reserve elevará os juros.
O banco central dos EUA disse em sua última reunião de política monetária que terá paciência em relação à elevação dos custos dos empréstimos.
A manutenção de juros baixos na maior economia do mundo é vista como favorável a moedas de países emergentes.
(Atualizada às 17:37)