Dólar fecha em queda de 0,21%, a R$ 5,2552
O dólar fechou em queda ante o real nesta terça-feira, depois de oscilar entre perdas e ganhos, acompanhando sobretudo o viés de baixa da moeda norte-americana no exterior enquanto o mercado aguarda com ansiedade avaliações do banco central dos Estados Unidos sobre manutenção de estímulos.
O dólar à vista caiu 0,21%, a 5,2552 reais na venda. Durante os negócios, variou de 5,282 reais (+0,29%) a 5,2313 reais (-0,67%).
No exterior, o dólar recuava 0,5% frente a uma cesta de rivais, indo a mínimas desde o fim de fevereiro.
Para o banco canadense Scotiabank, as novas mínimas cíclicas atingidas pelo índice do dólar nesta manhã deixam a moeda exposta a mais fraqueza, à medida que a tônica central em termos de análise técnica segue fortemente negativa para a moeda.
O Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulga na quarta-feira a ata de sua última reunião de política monetária, e o mercado vai buscar com lupa indicações do BC norte-americano sobre eventuais mudanças nos rumos da política monetária.
Dada a recente dinâmica de preço do dólar, qualquer sinal mais duro a ser emitido pode causar uma expressiva reversão de posições e empurrar a moeda para cima.
Os temas externos têm feito mais preço no câmbio local do que fatores idiossincráticos nas últimas semanas.
As correlações entre os movimentos do real e do índice do dólar no exterior estão em máximas em pelo menos três meses (cerca de 0,8). Quanto mais próximo de 1, mais os ativos andam juntos.
O contexto doméstico tem ficado centrado na CPI da Covid no Senado, na evolução da pandemia e nas discussões sobre a agenda de reformas.
No Twitter, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse que a votação da medida provisória que propõe a privatização da Eletrobras (ELET3) (ELET6) está pautada para quarta-feira na Casa.
Para os próximos meses, o cenário para o real parece mais otimista, segundo relato do Bank of America com base em consultas com gestores latino-americanos, que veem o real com o melhor desempenho regional nos próximos seis meses.
A incerteza política combinada com pressão fiscal, contudo, levam a Rio Bravo a ver espaço limitado para mais apreciação cambial.
“Sem novidades estruturalmente relevantes para o controle fiscal, o câmbio continuará subvalorizado”, disse a gestora. “A pandemia seguirá no radar até pelo menos o quarto trimestre deste ano, quando a vacinação deve avançar com mais força. Até lá, teremos mais pressão para gastos mantendo o risco fiscal elevado.”