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Dólar fecha em alta em dia volátil com exterior e Ptax

31 ago 2022, 18:40 - atualizado em 31 ago 2022, 18:40
Dólar
Dólar teve mais um dia de forte volatilidade com formação de Ptax e exterior avesso ao risco; no mês, subiu (Imagem: REUTERS/Beawiharta)

O dólar à vista fechou em alta de 1,5% frente ao real, cotado bem perto dos R$ 5,20 para venda, em dia de forte volatilidade acompanhando a aversão ao risco no mercado global e ajustes domésticos.

Aqui, foi dia da tradicional disputa pela formação de preço da taxa Ptax – média das cotações apuradas pelo Banco Central (BC) -, de fim de mês.

Formada no início da tarde, a taxa Ptax ficou em R$ 5,1784 para compra e em R$ 5,1790 para venda, com uma “clara vitória dos comprados”, comenta o diretor de câmbio de uma corretora nacional.

Após a formação da taxa, o dólar manteve a forte alta, chegando a tocar os R$ 5,21.

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NY no vermelho

Em dia mais negativo em Nova York, o Dollar Index operou perto da estabilidade em boa parte do pregão, perto dos 108,9 pontos.

Segundo a equipe econômica da Guide Investimentos, o tom mais duro (“hawkish”) do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na semana passada, continua a pesar sobre os ativos.

“A expectativa é que esse ponto se mantenha até vermos como virá o payroll [relatório do mercado de trabalho nos Estados Unidos] na sexta”, comenta.

Agosto da volatilidade

Analistas comentaram ao longo do mês que a cotação da moeda norte-americana, em um intervalo entre R$ 5,00 e perto dos R$ 5,25, foi contido pela forte entrada de investidor estrangeiro na bolsa brasileira, a B3. Até sexta-feira,  o saldo estava positivo em US$ 18 bilhões, até então, o melhor mês desde março.

“A bolsa brasileira está super barata. Houve uma descompressão no mercado doméstico com o cenário eleitoral e uma redução do risco-país, que ficou elevado em junho”, avalia o estrategista-chefe da Vitreo, Francisco Levy.

Com isso, o dólar encerrou o mês em alta de 0,4%. Em contrapartida, acumula perdas de 6,7% no acumulado de 2022.

Super setembro

O mês do início da primavera não deve ser nem um pouco de calmaria, já que tem o “super setembro” dos Bancos Centrais.

Tem a tão esperada decisão de política monetária do Fed. Além disso, tem as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro e do Banco Central Europeu (BCE).

Não apenas isso. Tem a corrida eleitoral ficando mais intensa e próximo de definir um novo governo para os próximos quatro anos. Novo entre aspas já que a disputa deve ficar entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o atual presidente, Jair Bolsonaro.

Para Levy, da Vitreo, a tendência é de dólar em queda, já que o mercado já precificou alta de juros nos Estados Unidos, independentemente da magnitude da alta de juros por lá, de 0,50 ou de 0,75 ponto percentual. Como também já precificou o resultados das eleições, diz.

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Repórter
Jornalista mineira com experiência em TV, rádio, agência de notícias e sites na cobertura de mercado financeiro, empresas, agronegócio e entretenimento. Antes do Money Times, passou pelo Valor Econômico, Agência CMA, Canal Rural, RIT TV e outros.
flavya.pereira@moneytimes.com.br
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