Dólar fecha em alta em dia volátil com ata do Fed e eleição no radar
O dólar à vista fechou em alta frente ao real, perto de R$ 5,17, em pregão de forte volatilidade. O movimento da moeda foi calibrado pela ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central norte americano) e eleição.
Inicialmente, a ata foi vista como “marginalmente dovish”, segundo análise da Ativa Investimentos. Isso levou o dólar a oscilar entre os R$ 5,14, renovando as mínimas do dia, e R$ 5,17.
Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a bater os R$ 5,21, maior valor em duas semanas, em sinais de aversão ao risco à espera da ata do Fed.
Ata defasada
Porém, o economista da XP, Francisco Nobre, lembra que a ata não incorpora as últimas surpresas nos dados de mercado de trabalho e de inflação nos Estados Unidos, em julho.
Com isso, Nobre acredita que o documento foi relativamente menos relevante para a sinalização das próximas decisões de política monetária.
Uma vez que os números do mercado de trabalho mais fortes do que o esperado elevaram a probabilidade de outra alta de 0,75 ponto percentual (pp).
Dovish ou hawkish?
Após a divulgação do documento, analistas se mostram divididos quanto a magnitude da alta de juros.
Para o economista-chefe da Ativa, Étore Sanchez, o fato de que vários membros do Fed chamaram a atenção para uma chance de o juro subir para além do que seria necessário é “dovish” (suave).
“Mas é inegável que a realidade vem se impondo è eles”, acrescenta.
Já o economista da Guide Investimentos, Rafael Pacheco, vê a ata como mais “hawkish” (agressiva), por mais que o mercado tenha reagido positivamente.
Veja a entrevista completa do economista da Guide.
Inflação
O economista e sócio da Valor Investimentos, Davi Lelis, comenta que o Fed deixou claro que os próximos passos dependem da inflação, em alta globalmente.
De qualquer forma, segundo ele, a ata deixou em aberto a magnitude das próximas altas da taxa de juros nos Estados Unidos.
Lá fora, o Dollar Index também exibiu volatilidade. Pressionado na abertura do pregão, o índice que compara a divisa norte-americana com outras seis moedas fortes, saiu de alta para leve queda após a ata. Mas voltou a subir.
Eleições locais
Não é só a ata do Fed e o exterior que têm alimentado a cautela local.
Com o início da campanha eleitoral, Lelis e outros analistas reforçam que a volatilidade, tanto para cima quanto para baixo, deve permanecer nas próximas semanas com as eleições.
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